Ultrapassam já o meio milhão de habitantes (542.165), são 5,2% da população residente, aumentaram 40% em dez anos, são tantos quantos todos os habitantes da cidade de Lisboa, mas nem assim os cidadãos estrangeiros conseguem atualmente inverter a perda demográfica em Portugal. Mas reduzem a inclinação do declive. De acordo com os indicadores compilados pela Pordata (base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos) a propósito do Dia Internacional dos Migrantes, que se comemora este domingo, nos últimos dez anos (2011-2021) o país perdeu perto de 196 mil pessoas. Apenas em 2019 e 2020 foi registado um aumento populacional, alimentado por um saldo migratório mais positivo.
Desde 2007 que entram em Portugal mais imigrantes do que saem emigrantes, mas a verdade é que só nesses dois anos o impacto foi suficiente para fazer crescer a população. Mas ao longo destes 15 anos também houve exceções. A crise económica ficou bem marcada em 2011 e 2014 quando deixaram o país mais do dobro das pessoas que entraram. O balanço negativo foi transversal a todas as faixas etárias entre os 20 e os 54 anos. A inversão sentiu-se a partir de 2015 e desde 2019 que os imigrantes representam mais do dobro dos emigrantes.
Mas há outros fatores a mandar para baixo a linha demográfica. Desde 2009, que em Portugal nascem menos pessoas do que aquelas que morrem, atingindo o valor mais baixo de sempre em 2021, quando se registaram mais 45,2 mil mortes do que nascimentos. Também aqui o aumento de imigrantes tende a atenuar o decréscimo de natalidade. Dos 79.582 bebés nascidos em 2021, mais de 10 mil têm mãe estrangeira (13,6%) e a proporção tem vindo a aumentar sucessivamente desde 2016.
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