Júri destaca "voz inconfundível na poesia portuguesa contemporânea"

Reunido em Seteais, o júri do Prémio Pessoa realçou, em comunicado, a “inteligência e a emoção” da obra de Barreto Guimarães, o vencedor deste ano.
Reunido em Seteais, o júri do Prémio Pessoa realçou, em comunicado, a “inteligência e a emoção” da obra de Barreto Guimarães, o vencedor deste ano.
“É na qualidade de poeta que recebe o Prémio Pessoa 2022”, disse Rui Vieira Nery na conferência de Imprensa em que foi revelado o nome do vencedor desta 36ª edição do galardão, uma iniciativa do Expresso e com o patrocínio da Caixa Geral de Depósitos. João Luís Barreto Guimarães é médico, mas é a sua obra como poeta e autor de “dezenas de livros publicados em Portugal e traduzidos no estrangeiro” que levou à decisão final do júri.
“É uma voz inconfundível na poesia portuguesa contemporânea desde 1989, quando publicou o primeiro livro aos 22 anos”, disse Francisco Pinto Balsemão, presidente do júri e fundador do Prémio Pessoa.
“João Luís Barreto Guimarães alia à virtude da palavra e da imaginação, uma reflexão por vezes irónica, por vezes realista, sempre duramente trabalhada, sem prejuízo do efeito estético na construção do poema. Homem culto, participante ativo na cultura europeia cosmopolita, a sua sensibilidade poética transita da literatura para as outras artes com uma fluidez que não recusa a tinta sentimental ou a demonstração da inconsciência da condição humana”, lê-se no comunicado final do júri.
O poeta e médico “escreve sobre nós, portugueses, e escreve sobre tudo o que vê e o que observa, o que sente e o que pensa, e escreve sobre o outro com uma atenção permanente”, prossegue o comunicado. “Criou, assim, uma metafísica da realidade, transparente na aparente leveza, exata na concreta execução. Esta obra é testemunho de um tempo, o de agora, e de um tempo antigo, clássico, universal, reconhecível pela inteligência e a emoção”.
Nesta 36ª edição do Prémio Pessoa, a presidência do júri foi, como sempre, de Francisco Pinto Balsemão e a vice-presidência coube a a Paulo Macedo, da CGD. O júri foi ainda composto por José Luis Porfírio (que também integra o Prémio desde a sua primeira edição), bem como por Ana Pinho, António Barreto, Clara Ferreira Alves, Diogo Lucena, Eduardo Souto Moura, Maria Manuel Mota, Pedro Norton, Rui Baião, Rui Vieira Nery e Viriato Soromenho-Marques.
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