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Combate à toxicodependência. Responsável denuncia falta de meios e arrasa estratégia

Combate à toxicodependência. Responsável denuncia falta de meios e arrasa estratégia
Marcos Borga (MB)

Falta de organização e de investimento comprometem combate à toxicodependência, alerta diretor-geral do SICAD

Durante anos, Portugal foi apontado a nível mundial como um modelo em matéria de prevenção, combate e tratamento da toxicodependência. O sucesso foi noticiado além-fronteiras e de todo o lado chegaram responsáveis para estudar a estratégia e a replicar lá fora. Agora, a realidade é outra. O país está a piorar em vários indicadores, como o número de recaídas ou as mortes por overdose, que só no ano passado subiram 45%, e o diretor-geral do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) traça um retrato negro da situação. “O que temos hoje já não é exemplo para ninguém”, lamenta João Goulão, apontando o dedo ao desinvestimento, à falta de rumo e à cada vez maior escassez de meios.

“A tendência de subida é preocupante e significa que não estamos a acompanhar com a eficácia devida os utilizadores de droga. Por falta de meios, temos cada vez mais dificuldade em chegar aos toxicodependentes e em garantir que estes conseguem aceder aos serviços. Na última década, houve um claro desinvestimento nesta área e tem havido uma sangria de profissionais que se estão a ir embora, sobretudo por reforma, e que não estão a ser substituídos. As pessoas vão procurar ajuda e batem com o nariz na porta porque não há médico disponível. Nem sequer são colocadas em lista de espera”, critica.

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