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Portugal é um país “de monumentos fechados”- dos 4500 imóveis classificados só 250 estão abertos, e podiam gerar 224 milhões de euros

Portugal é um país “de monumentos fechados”- dos 4500 imóveis classificados só 250 estão abertos, e podiam gerar 224 milhões de euros
NurPhoto/Getty Images

A atual gestão estatal do património está a “expulsar os turistas” e a privar o interior de aproveitar esta “riqueza diferenciadora”, revela estudo inédito apresentado no congresso da APAVT.

Em Portugal há 38 mil imóveis de valor patrimonial, dos quais 4.575 são classificados e cerca de 1000 considerados monumentos nacionais, mas apenas 250 estão abertos ao público - havendo um “enorme potencial” a explorar a nível de turismo, segundo revelou um estudo inédito sobre oi valor do património cultural no país apresentado no congresso da Associação Portuguesa de Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que decorre em Ponta Delgada.

“Temos muito património de qualidade, bem distribuido pelo país e em particular em territórios do interior”, enfatizou Catarina Valença, fundadora da Spira, que promoveu este estudo, e coordenadora do curso de gestãodo património cultural na Católica Porto Business School.

“Portugal é o único país da Europa que não tem uma estratégia nacional de património cultural, e nunca teve”, salientou Catarina Valença,

“Temos a mais baixa taxa de consumo de património cultural a nível europeu, e a principal causa não é o dinheiro que custa, mas o desconhecimento”, realçou ainda, destacando que por outro lado em Portugal se regista “a mais alta taxa da Europa de orgulho pelo nosso património cultural”.

Os 250 monumentos que se encontram abertos em Portugal movimentam cerca de 20 milhões de visitantes, segundo o estudo da Spira - mas se os 4.575 patrimónios classificados no país estivessem avertos ao público podiam gerar receitas de 224 milhões de euros só em venda de bilhetes, movimentar 56 milhões de visitantes.

Se todos os monumentos classificados estivessem abertos, poderiam gerar a criação de um emprego a tempo inteiro por cada 25 mil visitantes, além de poderem elevar em 3% o nível de dormidas e de receitas na hotelaria.

Apontando mais de 20 medidas para o futuro, o estudo sobre o património cultural português conclui ´haver “uma riqueza diferenciadora prejudicada por uma gestão que expulsa os turistas”, e que é urgente alterar o paradigma da gestão feita pelo Estado “sem ostracizar os privados (em parcerias público-privadas), por serem vistos como os ‘capitalistas’ que vão explorar o património”, apontou Catarina Valença.

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