Eutanásia. “Ele sabia que os AVC surgiriam até morrer ou ficar em estado vegetativo”: os médicos, quando a morte lhes entra no consultório

Médicos contam como receberam e recusaram pedidos de eutanásia de doentes
Médicos contam como receberam e recusaram pedidos de eutanásia de doentes
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Se a vida cambaleia depois de um AVC, a de Manuel (nome fictício) não chegou a erguer-se mais após vários acidentes vasculares cerebrais. Aos 65 anos, viu subitamente os dias deteriorarem-se, anunciando um fim apressado e sem aviso prévio. Estava de ideias fixas quando se confrontou com o médico, no consultório, conhecendo já os cambiantes do diagnóstico que lhe havia sido dado e adivinhando a finitude que lhe restava dali para a frente.
Era uma sentença. Para se alimentar, precisava de um buraco no estômago (gastrostomia). Para urinar, de um saco. Para se movimentar, usava uma cadeira de rodas. A pouca autonomia que lhe restava exigia o acompanhamento de uma enfermeira, em casa, para além da mulher, dedicada dia e noite às suas necessidades. Encorajado, abordou junto do médico, pela primeira e única vez, a vontade de morrer.
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