Um inquérito realizado entre março de 2020 e novembro de 2022 pela Escola Nacional de Saúde Pública mostra que a pandemia teve um impacto negativo na esmagadora maioria das pessoas (83%), embora 1 em cada 10 inquiridos reporte efeitos positivos. Segundo a sondagem apresentada esta sexta-feira na reunião do Infarmed, as dimensões mais afetadas foram as relações interpessoais (66%) e a saúde mental (33%), embora haja diferenças entre géneros, idades e situações socioeconómicas.
Por exemplo, os jovens sentiram que a pandemia afetou mais a sua educação, situação económica e saúde mental, enquanto nas pessoas com mais de 65 anos as relações interpessoais foram a dimensão mais impactada. A covid-19 teve ainda mais consequências negativas na saúde física, situação económica e profissional nas pessoas com menores rendimentos.
Relativamente à perceção da fase atual da pandemia, o inquérito revela que a maior parte das pessoas (60%) está pouco ou nada preocupada com a covid-19, ao passo que apenas 4,7% têm ainda muito receio. Uma em cada três pessoas perceciona o risco de ficar infetado com o novo coronavírus como baixo ou nulo, enquanto 65% dos inquiridos vê esse risco como elevado ou moderado.
Já em relação à vacinação contra a covid-19, a intenção de não tomar a dose de reforço é maior entre os mais jovens (22%), quando comparada com as pessoas acima dos 65 anos (só 5,7% dos idosos dizem não querer levar a dose de reforço). Em termos gerais, mais de metade dos portugueses inquiridos pretende tomar ou já tomou o reforço da vacina.
O inquérito sobre a perspetiva dos cidadãos sobre a pandemia — decorridos mais de dois anos desde que foi detetado o primeiro caso de covid-19 — foi levado a cabo pela Escola Nacional de Saúde Pública e pela Universidade NOVA de Lisboa. As conclusões foram divulgadas esta sexta-feira, dia em que se voltou a realizar uma reunião entre peritos e Governo no Infarmed.
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