Portugal foi dos países com mais altas taxas de adesão à vacinação e por essa via conseguiu-se evitar milhões de infeções, internamentos e óbitos. As estimativas apresentadas pelo epidemiologista Henrique de Barros durante a reunião desta sexta-feira no Infarmed indicam que foram evitadas 12 mil mortes, dois milhões de dias de internamentos em enfermaria e 130 mil dias em UCI.
A inoculação com as vacinas contra o SARS-CoV-2 também permitiram prevenir 1,2 milhões de infeções. Para o presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, a vacinação não pode ser, no entanto, a única estratégia de resposta à pandemia “que permanece”.
Existem várias limitações à proteção conferida por esta via, como a possibilidade de escape imunitário com o aparecimento de novas variantes, a perda de imunidade com o tempo ou o acesso desigual e/ou hesitação vacinal. Por isso, sublinhou, uma “vigilância eficaz é a chave para uma resposta eficaz”.
Para Henrique de Barros a covid-19 deve agora ser vista como um “fenómeno crescentemente integrado no processo de identificação e resposta às infeções respiratórias”.
“A vacina é mesmo o que faz a maior diferença”
O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, insistiu que a covid-19 deve ser vista como as outras infeções respiratórias e que a vacinação é a melhor proteção. O argumento já levou 52,6% dos portugueses com mais de 60 anos a tomarem a dose de outono. O Governo mantém a meta de vacinar os três milhões de portugueses com maior risco ainda antes do fim do ano e está previsto que os agendamentos cessem a 17 de dezembro. Até agora, quase 1,9 milhões de portugueses foram vacinados contra a gripe e com o reforço de covid.
Por grupos etários, são os idosos com mais de 80 anos que lideram as tomas, com 69%. A maior dificuldade de atração está na faixa etária dos 60 aos 69 anos, com apenas 31% de vacinados. O responsável pela vacinação pandémica, Carlos Penha-Gonçalves, revelou ainda que 61,5% da população acima dos 65 anos já se vacinou contra a gripe.
Entre os lares e instituições similares, a tarefa está terminada, tal como nas prisões e centros educativos. Nos núcleos dedicados aos sem-abrigo, dos 31 elegíveis estão concluídos 28.
No saldo global, Carlos Penha-Gonçalves dá conta de quantas vacinas estão por agendar contra a gripe, 5% de quem tem mais de 80 anos, 8% entre 70 e 79 anos, 36% dos 60 aos 69 anos e 20% da população com comorbilidades.
Título e notícia corrigidos com o número de mortes evitadas pela vacinação. Foram 12 mil ao contrário das 120 mil que constavam do power point enviado aos jornalistas
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