"O crime, mesmo com boas intenções, não compensa. Sabendo o que sei hoje não voltaria a fazer o que fiz", declarou esta segunda-feira Rui Pinto, no julgamento em que é acusado de 90 crimes.
"É inequívoco que o que foi feito no Football Leaks, Malta Files e Luanda Leaks trouxe benefícios para a sociedade", afirmou Rui Pinto, mas notou que a sua vida está "de pernas para o ar". “Nas entidades que foram acedidas por mim não havia nenhuma que não tivesse um indício forte de cometimento de crimes”, disse.
"Fiquei um ano e meio privado da liberdade. Tenho um contacto semanal de duas horas com os meus familiares", desabafou o arguido, lamentando que apesar das informações que ajudou a trazer a público vários visados não sofreram consequências. "Isabel dos Santos continua a viver a sua vida tranquilamente no Dubai", lamentou.
"Eu não posso mudar o mundo. Têm de ser as autoridades a fazê-lo", disse ainda Rui Pinto.
O arguido disse ainda que enquanto o julgamento decorre tem estado, com outras pessoas, a fornecer informação aos serviços de inteligência ucranianos, mas só com base em fontes abertas. "Meritíssima, este agora é o meu caminho, fazer as coisas dentro da legalidade", declarou.
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