Sociedade

Sueco Svante Pääbo vence Nobel da Medicina com descobertas sobre ADN antigo

A investigação de Svante Pääbo, Nobel da Medicina, deu origem a uma disciplina científica inteiramente nova: a paleogenómica.
A investigação de Svante Pääbo, Nobel da Medicina, deu origem a uma disciplina científica inteiramente nova: a paleogenómica.
Frank Vinken

O cientista de 67 anos foi galardoado com o Nobel da Medicina pelas suas descobertas na evolução do ser humano a partir do genoma de hominídeos anteriores

Quais são as origens do ser humano e de que forma está relacionado com os hominídeos extintos? O que nos faz diferentes deles? Foi pela resposta a estas perguntas que a academia sueca atribuiu o Nobel da Medicina ao cientista Svante Pääbo na manhã desta segunda-feira, em Estocolmo, Suécia.

O sueco, diretor do Max Planck Institute for Evolutionary Anthropology, localizado em Leipzig, na Alemanha, tem-se dedicado a entender os genomas dos hominídeos extintos, que habitaram a terra antes do ser humano contemporâneo, o homo sapiens sapiens, bem como a compreender em que moldes sucedeu uma evolução até aos dias de hoje.

Por ter descoberto a sequência do genoma dos nossos mais recentes extintos “parentes”, os neandertais, Pääbo conseguiu um novo e mais recente ponto de referência para sabermos de onde viemos e quem somos e inaugurou uma nova disciplina da genética, a paleogenómica.

Para o professor Nils-Göran Larsson, um dos seis membros do comité do Nobel da Medicina, “a maior contribuição do cientista, decisiva para este prémio, foi o desenvolvimento de métodos que o levaram a recuperar e a entender DNA ancestral".

Como explica o especialista em genética mitocondrial, o DNA de ossos muito antigos fica deteriorado, com alterações químicas, com DNA de bactérias e de seres humanos contemporâneos. Pääbo usou tecnologia contemporânea e implementou um método único”.

“Há imensas implicações [das descobertas], tanto no entendimento da nossa evolução, como na compreensão da nossa fisiologia mais básica e da potencialidade médica disso”, argumenta a professora de imunologia Gunilla Karlsson-Hedestam, também membro do comité. “Outro aspeto importante é a compreensão dos genes que temos como herança dos hominídeos extintos, que têm relação com muitas funções do corpo humano, como a resposta humanitária ou a forma como sobrevivemos em altas altitudes”.

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