Eram 8 horas em ponto quando Rui Moreira tocou o sino na entrada principal do Mercado do Bolhão. O tradicional repicar do sino voltou a ecoar na Baixa a sinalizar a abertura à cidade do mais emblemático mercado de frescos do Porto, renascido de corpo e a alma após mais de quatro anos de obras de requalificação. No dia em que o “coração” do Bolhão pulsou de novo, não faltaram palmas e lágrimas de alegria
Joel Freitas, natural e residente na Madeira, veio estudar para o Porto no início da década de 80. Mais de 40 anos depois, regressou à cidade para ver de perto a inauguração do Bolhão e dar os parabéns ao presidente. Eram 8h30 e ainda não conseguira chegar à fala com Rui Moreira, embrenhado na romaria lenta entre bancas e declarações às televisões. “Era aqui que fazia compras e já na altura estava muita coisa degradada. Nunca acreditei que este dia chegaria”, diz Joel sem perder de vista a comitiva do executivo municipal, à espreita de uma oportunidade para saudar “o homem” que devolveu “a alma” da Invicta.
O homem que fez “o sonho” de vendedores e clientes acontecer é Rui Moreira, o autarca que não esconde que este é um dia de “muita emoção”, um dia pela qual valeu a pena esperar. “Este é o mercado que tivemos sempre”, afirmou, o mercado a que se afeiçoou desde pequeno. “Vinha aqui com a minha avó fazer compras”, contou.
A cidade está apaziguada com a reabertura há tanto esperada? À pergunta dos jornalistas, o presidente da Câmara do Porto atira que “esta cidade nunca está apaziguada” no seu espírito inquieto. “Fizemos tudo ao nosso alcance para que comerciantes e clientes tivessem o mercado que merecem, um mercado que é para toda a gente”, sublinhou, convidando os portuenses a virem fazer compras no Bolhão, um espaço cuja essência “imaterial é a alma do Porto”.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: IPaulo@expresso.impresa.pt