Sociedade

Câmara de Lisboa pagou 30 mil euros a Sérgio Figueiredo e à namorada por 13 dias de trabalho

Câmara de Lisboa pagou 30 mil euros a Sérgio Figueiredo e à namorada por 13 dias de trabalho
Divulgação

Empresa de antigo diretor da TVI recebeu 30 mil euros para em 13 dias realizar videos filmados “pelos telemóveis das próprias figuras públicas envolvidas” para promover o comércio local

Sérgio Figueiredo, antigo diretor de informação da TVI, vai agora ser o novo consultor de Fernando Medina. No entanto, este não é o primeiro contrato celebrado entre os dois. Há mais, e, de acordo com a revista “Sábado”, um dos três contratos ainda não tinha sido tornado público.

O primeiro foi da responsabilidade de Sérgio Figueiredo, que quando assumiu a direção de informação da TVI contratou Fernando Medina para ser comentador no canal no verão de 2015. Apesar de não se saber o valor acordado, o então presidente da Câmara de Lisboa, declarou, em 2017, €40.680 de rendimentos dos media. Á época, Medina recebia pelo comentário na TVI e por uma coluna de opinião no Correio da Manhã. A colaboração de Medina na TVI foi interrompida em 2022 quando entrou para o Governo.

Já a segunda contratação, ocorreu depois de Figueiredo sair da TVI. De acordo com a mesma revista, o antigo diretor de informação criou uma empresa, tendo sido contratado pela própria CML de Fernando Medina. A câmara abriu uma Consulta Prévia para “aquisição de serviços de desenvolvimento de produção de uma campanha de comunicação destinada aos estabelecimentos de comércio tradicional a retalho e de restauração e bebidas, no âmbito do Plano de Apoio Económico e Social”.

Neste segundo contrato, terá sido Figueiredo a propor a ideia a Medina. “Estávamos no segundo confinamento [2020], todos os dias fechavam lojas de bairro e chamei a atenção de Fernando Medina que não se salvava da falência aquela gente toda apenas com subsídios”. Foi aqui que a empresa Plataforma Coerente, do antigo diretor de informação e da namorada, Margarida Pinto Correia, recebeu 30 mil euros.

O contrato foi assinado a 10 de dezembro de 2020 e não consta no Portal Base. No mesmo portal é dito que o contrato foi cumprido em 13 dias. Os vídeos realizados na campanha foram filmados “pelos telemóveis das próprias figuras públicas envolvidas”. “Há 20 e tal figuras públicas a dar a cara pela causa... isto não vale nada? Como acha que eles foram mobilizados? Se a CML tivesse de contratar aquela gente toda para o mesmo trabalho, faz ideia de quanto lhes custaria?", declarou o ex-diretor de informação da TVI à "Sábado"

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