Sociedade

Baleia beluga perdida no rio Sena retirada da água, ao fim de seis horas de esforço

Baleia ficou presa no rio Sena, em Paris
Baleia ficou presa no rio Sena, em Paris
JEAN-FRANCOIS MONIER/GETTY IMAGES

Baleia beluga, de quatro metros de comprimento e cerca de 800 quilos, cujo estado de saúde foi considerado "alarmante", estava presa junto à comporta de Saint-Pierre-la-Garenne, a noroeste de Paris. Agora será transportado de camião para Ouistreham, junto ao canal da Mancha

A baleia beluga que desde sexta-feira se encontrava perdida no rio Sena, a 70 quilómetros de Paris, foi retirada esta quarta-feira da água, na primeira etapa de uma operação para levar o animal de volta ao oceano. Por volta das 02h00 (03h00 em Lisboa), após seis horas de esforço, o cetáceo foi içado numa rede, puxada por uma grua, e colocado numa embarcação, onde foi imediatamente alvo de cuidados por uma dúzia de veterinários.

A baleia beluga, de quatro metros de comprimento e cerca de 800 quilos, cujo estado de saúde foi considerado "alarmante", estava presa junto à comporta de Saint-Pierre-la-Garenne, a noroeste de Paris.

A operação contou com a participação de vinte e quatro mergulhadores da Polícia Militarizada francesa (Gendarmerie) e bombeiros. Depois do resgate, o cetáceo deve ser transportado de camião para Ouistreham, junto ao canal da Mancha, avançou a agência de notícias France-Presse (AFP).

A operação não é “uma vitória antecipada”, alertou na terça-feira a secretária-geral da autarquia de Eure, Isabelle Dorliat-Pouzet, porque pode gerar stresse, “que é um fator de morte” para o animal. A beluga ainda se alimenta "muito pouco", mas o seu estado de saúde é "estável”, segundo fonte do município.

A presença excecional deste mamífero marinho no Sena, a cerca de 130 quilómetros da foz do rio no mar da Mancha, desperta grande interesse, para além das fronteiras francesas, registando-se um afluxo de doações de fundações, associações e particulares para tentar ajudar no resgate.

Avistado em 02 de agosto, o cetáceo, que costuma viver em águas frias, ainda estava na terça-feira nas águas mornas e estagnadas de uma comporta por onde entrou sozinho, a 70 quilómetros a noroeste de Paris, o que corre o risco de comprometer a sua sobrevivência.

Um membro da equipa do Marineland em Antibes, no sul, que chegou ao local na noite de segunda-feira, realçou que a operação de resgate seria "fora do comum".

As margens do Sena “não são acessíveis a veículos” naquele local e “tudo deve ser transportado à mão”, explicou Isabelle Brasseur, adiantando que "a prioridade é colocá-lo de volta à água do mar". Uma vez transportado por camião para Ouistreham, o animal deve ser depositado durante três dias numa comporta de água do mar, para permitir que receba cuidados, antes de ser levado para o mar e libertado.

Em maio, uma orca também ficou em apuros no Sena, com as operações de salvamento a falharem e o animal a morrer à fome.

De acordo com o observatório Pelagis, especialista em mamíferos marinhos, esta é a segunda beluga conhecida em França, depois de um pescador do estuário do Loire, o grande rio do centro do país, ter recolhido uma nas suas redes em 1948.

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