Todos os dias, as defesas do organismo humano contactam com os micro-organismos em redor, aprendendo como reagir em encontros futuros, sejam ou não agressivos. A emergência de um novo vírus impôs uma ‘limpeza’ de germes para o bloquear, interrompendo a construção contínua da memória imunológica. A máscara e a desinfeção das mãos foram os meios usados. Passaram-se dois anos desde o início da pandemia. Terá sido tempo suficiente para nos enfraquecer contra agressores que já eram amigáveis? Foi por isso que adolescentes tiveram gripe forte e há crianças com hepatite inexplicável? É cedo para saber, responde a ciência.
“O nosso sistema defensivo vai-se atualizando por contacto com partículas e micro-organismos do meio ambiente. Muitos destes agentes não são uma ameaça e acabam por ser úteis como ‘escola’. Por vezes, encontramos micro-organismos causadores de doença, mas, mesmo esses, deixam alguma ‘aprendizagem’. O ditado ‘o que não nos mata deixa-nos mais fortes’ tem sentido aqui”, explica Miguel Castanho, investigador do Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Faculdade de Medicina de Lisboa. “O uso de máscara é uma solução de recurso, para fazer face a micro-organismos que constituem ameaça mortal através do sistema respiratório”, acrescenta o bioquímico.
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