
Para cada vez mais pessoas, o género está para lá do feminino ou do masculino. Há já países europeus que adotaram medidas mais inclusivas
Para cada vez mais pessoas, o género está para lá do feminino ou do masculino. Há já países europeus que adotaram medidas mais inclusivas
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A ideia de que o mundo se divide apenas entre homens e mulheres é questionada por cada vez mais pessoas, em particular as novas gerações. E nos últimos anos tem provocado mudanças na lei e em vários campos da sociedade. Um estudo europeu, “Trans Rights”, que envolveu cinco países (Portugal, França, Reino Unido, Países Baixos e Suécia), concluiu que mais de 40% dos entrevistados definiam o seu género como estando para lá do binário feminino/masculino. Num questionário mais específico da Scottish Alliance, a maioria das 895 pessoas não-binárias inquiridas referiu que optaria, se pudesse, pelo marcador de género indeterminado.
Estes inquéritos surgiram na comunidade LGBTQIA+, mas não se ficam por aí. Em 2013, a Alemanha tornou-se o primeiro país europeu a ter opção de género “X” nos passaportes. E nos EUA, país em que o Instituto Williams, da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, assume existirem cerca de 1,2 milhões de pessoas não-binárias, a medida foi replicada este ano. Segundo o jornal “The Economist”, outros 14 países, como a Irlanda, a Austrália, a Colômbia e a Argentina, adotaram um “terceiro género” nos passaportes. Em Malta, a opção existe para os documentos de identificação; nos Census do Nepal e da Índia também foi adotada a categoria de “outro género”; no Reino Unido usa-se desde 2017 uma linguagem inclusiva no metro de Londres, saudando-se “todas as pessoas”, em vez do tradicional “senhoras” e “senhores”; o Parlamento Europeu criou recentemente um documento a aconselhar o uso de linguagem mais inclusiva; e também na última edição dos BRIT Awards foi usado o género neutro na entrega dos troféus. E há o caso das casas de banho públicas, uma das estruturas mais binárias que vemos no dia a dia: nos EUA e no Canadá, por exemplo, existem casas de banho para “todos os géneros”.
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