Sociedade

Deco: pandemia reduziu em cerca de meio milhão os rastreios de cancros da mama, colo do útero e do colón e reto

Foto: Getty Images
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A associação de defesa do consumidor fala numa situação “alarmante”, já que podem ter ficado cerca de 4.400 casos de cancro por diagnosticar

Uma pesquisa realizada pela Deco Proteste indica que os anos 2020 e 2021 - marcados pela pandemia de covid-19 - apresentaram uma franca redução no número de rastreios realizados aos cancros da mama, colo do útero e cólon. O número referido é de cerca de meio milhão a menos quando comparado com o ano de 2019.

A situação é alarmante, já que, segundo a associação de defesa do consumidor, podem ter ficado cerca de 4.400 casos de cancro por diagnosticar.

O número de rastreios para o cancro da mama diminuiu 150 mil. No caso dos rastreios do cancro do colo do útero, foram menos 166 mil, enquanto nos rastreios do cancro do cólon e reto, foram contabilizados menos 180 mil.

Em comunicado, a coordenadora de saúde da Deco, Susana Santos, diz que “estes rastreios têm demonstrado uma redução de mortalidade de aproximadamente 30% no caso do cancro da mama, 20% no do cancro colorretal e 80% no do colo do útero. Daí ser tão importante sensibilizar os utentes para que haja um regresso tão célere quanto possível às rotinas de rastreio, promovendo o diagnóstico precoce.

A pandemia fez atrasar consideravelmente cirurgias, consultas e rastreios. Mas também a capacidade de assistência nos cuidados de saúde primários. Significa isto que foi mais um contributo para a diminuição dos diagnósticos de cancro, segundo a Liga Portuguesa Contra o Cancro.

A Deco Proteste afirma que “entre 2020 e 2021 houve menos 18% de mulheres com mamografia efetuada, no máximo, há dois anos; menos 14% de mulheres com citologia cervical atualizada; e menos 3% de utentes inscritos no Serviço Nacional de Saúde com análises de sangue oculto nas fezes.

Os rastreios para o cancro da mama, do colo do útero e do cólon e reto são recomentados para toda a população – e estão inseridos no Programa Nacional de Doenças Oncológicas-, tendo em conta uma determinada faixa etária, diferente para cada um.

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