Sociedade

PJ prendeu os três suspeitos das agressões que levaram à morte de agente da PSP. Uma das cinco vítimas era uma mulher

Foto: Jcornelius
Foto: Jcornelius

Polícia Judiciária e uma procuradora do MP dirigiram-se à base do Alfeite, onde procederam às detenções de dois fuzileiros. Houve um terceiro detido que não é militar. E pode haver mais detenções em breve. Uma das vítimas do episódio de violência, um agente da PSP, morreu esta segunda-feira. Havia também uma mulher da PSP entre os alvos dos agressores

PJ prendeu os três suspeitos das agressões que levaram à morte de agente da PSP. Uma das cinco vítimas era uma mulher

Hugo Franco

Jornalista

PJ prendeu os três suspeitos das agressões que levaram à morte de agente da PSP. Uma das cinco vítimas era uma mulher

Rui Gustavo

Jornalista

A Polícia Judiciária deteve os três suspeitos de participarem nas agressões aos cinco agentes da PSP na madrugada de sábado em frente à discoteca Mome, em Lisboa. O agente Fábio Guerra, de 27 anos, morreu esta segunda-feira, vítima de pancadas na cabeça. E entre as cinco vítimas há uma mulher que também é da PSP.

A PJ avança que procedeu à identificação e detenção fora de flagrante delito de três homens, portugueses, com 24, 22 e 21 anos de idade, por existirem fortes indícios da prática de crimes de homicídio qualificado e ofensa à integridade física qualificada. Foram realizadas buscas domiciliárias e não domiciliárias aos três arguidos, incidindo sobre as suas residências, viaturas e unidade militar.

O caso ainda não está finalizado. De acordo com a PJ, a investigação prossegue com vista à eventual identificação de outros envolvidos na rixa, com a possibilidade de haver mais detenções.

Uma procuradora do MP esteve presente nas diligências que se realizaram na Base do Alfeite e os militares saíram da unidade sob detenção por volta das 23h30 desta segunda-feira. Deverão ser presentes a um juiz durante esta terça-feira.

Dois dos suspeitos eram fuzileiros que se encontravam retidos na base do Alfeite, em Almada, desde domingo. Uma fonte da PJ revela que foram respeitados os preceitos legais para levar a cabo a detenção dos mesmos fora de flagrante delito. Ou seja, foram comunicadas às chefias militares a realização dessas duas detenções, o que levou a uma maior morosidade na operação policial.

Os dois fuzileiros terão entrado em contacto com o comandante direto para assumir terem participado nas agressões e receberam ordens para se apresentarem na Base do Alfeite no domingo.

À Marinha, os dois fuzileiros disseram que agiram em “legítima defesa” contra um grupo que lhes fez uma “espera” à porta da discoteca. E desse grupo faziam parte os quatro polícias que acabaram por ser agredidos. Apontaram ainda o dedo a um terceiro elemento, um civil, como autor dos pontapés que terão provocado as “graves lesões cerebrais” que mataram o agente Guerra, de 27 anos.

Esta versão é oposta à que a PSP comunicou através do Gabinete de Imprensa da Direção Nacional e que refere que os agentes intervieram para pôr fim a uma desordem tendo sido “violentamente agredidos”.

Em relação ao terceiro elemento que foi agora detido não é um militar, apurou o Expresso junto de fonte da PJ. "Ele não se encontrava escondido nem se entregou. Nestes três dias foram sendo recolhidos os indícios que permitiram levar à sua detenção ao final desta segunda-feira", revela esta fonte.

Todos os detidos serão presentes a primeiro interrogatório judicial, no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.

No comunicado da Polícia Judiciária há o registo de agradecimentos pela colaboração da investigação à PSP mas não à Marinha.

PSP faz minuto de silêncio

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa já reagiu à morte do agente: “Ao tomar conhecimento do falecimento prematuro do agente Fábio Guerra, o Presidente da República manifestou a sua tristeza e pesar pela perda de uma vida em circunstâncias tão trágicas.”

A PSP fez hoje um minuto de silêncio em memória do agente morto a quem elogiou a “coragem”: “O Agente Fábio Guerra honrou, até às últimas consequências, a sua condição policial e o seu juramento de ‘dar a vida, se preciso for’, num gesto extremo de generosidade e sentido de missão. Disso nunca nos esqueceremos.”

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: HFranco@expresso.impresa.pt

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