Dois dos alegados agressores dos quatro agentes da PSP, sovados na madrugada deste sábado, são militares da classe de fuzileiros e encontram-se detidos para inquérito interno, informa a Marinha Portuguesa em nota enviada, este domingo, às redações.
No comunicado, a Marinha confirma que “no dia 19 de março, dois militares, do regime de contrato, da classe de Fuzileiros, envolveram-se nos confrontos que ocorreram na madrugada desse mesmo dia, na via pública, junto de um espaço noturno, em Lisboa, tendo posteriormente informado as respetivas chefias”.
Os dois militares tiveram ordem para se apresentarem na respetiva unidade, “onde se encontram a responder a um inquérito interno e à disposição das autoridades policiais para as devidas investigações”, acrescenta a nota, indicando que “estes militares ainda não foram notificados por nenhuma entidade policial”.
A Marinha frisa que está “disponível para cooperar no que for necessário, com vista ao apuramento de todos os factos, sendo que não tolerará que nenhum militar seu tenha quaisquer comportamentos que violem a ética e os deveres militares”.
O Expresso apurou junto de fontes policiais que os fuzileiros identificados estão ligados ao mundo do boxe e preparavam-se para sair do país para participar numa missão das Nações Unidas no estrangeiro, nos próximos dias.
As agressões aos quatro agentes da PSP por um grupo de cerca de 10 homens, entre os quais alegadamente os dois fuzileiros já identificados, aconteceram pelas 6h30 da manhã, de sábado. Segundo o Comando Metropolitano de Lisboa, os quatro polícias fora de serviço terão tentado “colocar termo a agressões em curso”, no exterior de uma discoteca, na avenida 24 de julho e acabaram “violentamente” agredidos. Um dos agentes de 30 anos de idade, encontra-se no hospital de São José “em estado crítico, a lutar pela vida”, em coma induzido.
A Policia Judiciária está a investigar o caso que pode configurar a prática de crime de homicídio, na forma tentada, segundo o Comando Metropolitano de Lisboa.
Classificando os acontecimentos como “totalmente intoleráveis”, a Ministra da Administração Interna, Francisca Van Dunem, ordenou este sábado um “rápido apuramento dos factos e a responsabilização” dos agressores de polícias. E manifestou a sua “preocupação face à brutalidade e violência da agressão” registada.
Por seu lado, a discoteca Mome lamentou a “infeliz situação nas imediações da discoteca Mome” e reiterou, em comunicado, que “nenhum colaborador da discoteca esteve envolvido na ocorrência”. E adiantou que estão a colaborar com as autoridades no sentido de apurar e identificar os responsáveis.
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