“A nova fase pandémica em que Portugal se encontra, com a presença de uma nova variante e aumento exponencial do número de novas infeções diárias, exige uma adaptação ágil das normas e procedimentos definidos pelas autoridades de saúde, para melhor acompanhamento dos doentes covid, não covid e adesão da população”, alertam o bastonário da Ordem dos Médicos e o coordenador do Gabinete de Crise para a Covid-19. Miguel Guimarães e Filipe Froes propõem, desde já, menos dias de isolamento e mais médicos de família dedicados ao acompanhamento das suas listas de utentes e menos aos doentes covid.
Em nota divulgada esta quarta-feira às redações, o bastonário e o coordenador do gabinete de crise elencam as alterações a fazer pelas autoridades de Saúde:
- Utilização do Indicador de Avaliação do Estado da Pandemia, desenvolvido pela Ordem dos Médicos e pelo Instituto Superior Técnico, para monitorizar a pandemia com coerência, compreensão e envolvimento da população;
- Reforço vacinal urgente dos vulneráveis: 15% das pessoas com 65 ou mais anos (cerca de 2,3 milhões de habitantes) estão sem reforço vacinal e mais de 230.000 acima de 70 anos;
- Reavaliação dos períodos de isolamento e de baixa por doença ou após contacto de alto risco, por exemplo para sete dias, com testagem tendo em atenção fatores de risco, estado vacinal e impacto do absentismo laboral;
- Reavaliação dos critérios e recursos alocados ao seguimento de doentes em ambulatório, nomeadamente de médicos de Medicina Geral e Familiar, que compromete significativamente todas as outras atividades assistenciais;
- Disponibilizar de forma regular e transparente dados relativos aos doentes internados e aos falecidos, nomeadamente idade, comorbilidades ou estado vacinal, para fundamentar decisões críticas e urgentes;
- Alterar o sistema de informação da Direção-Geral da Saúde no sentido de acompanhar as necessidades da população, nomeadamente com uma página de informação simples com os procedimentos a adotar pelos cidadãos infetados ou com contactos de alto risco;
- Reforço da capacidade de resposta, nomeadamente no SNS24 e nas equipas de saúde pública: sobretudo nos rastreadores, na testagem e nos centros de vacinação;
- Ativar a resposta assistencial do sector privado e social, evitando o agravamento do impacto da pandemia nos doentes não covid
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