O Ministério Público pediu a medida de coação mais gravosa, a prisão preventiva, para Manuel Pinho, no âmbito do caso EDP. Uma notícia avançada pelo "Observador" e confirmada pelo Expresso. O ex-ministro da Economia está a ser interrogado no Campus da Justiça, em Lisboa, pelo juiz de instrução Carlos Alexandre.
Entretanto, o advogado de Pinho já fez saber que o antigo ministro vai conhecer a decisão do juiz de instrução sobre as medidas de coação às 14h30 desta quarta-feira.
O ex-governante foi detido esta terça-feira e passou esta noite no Comando Metropolitano da PSP, em Moscavide, enquanto a mulher, Alexandra Pinho, cujo mandado de detenção emitido veio a ser posteriormente anulado, saiu ontem do Campus da Justiça sem prestar declarações aos jornalistas e com o estatuto de arguida, depois de cerca de cinco horas e meia de inquirição no Tribunal Central de Instrução Criminal.
A detenção do antigo ministro da Economia Manuel Pinho esta terça-feira, no âmbito do processo 184/12 do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), foi defendida pelo Ministério Público com base num conjunto de argumentos, entre os quais a suspeita de perigo de fuga do ex-governante.
O facto de Manuel Pinho viver em Alicante, Espanha, e de ter facilidade em deslocar-se para outros países (nos últimos anos passou pelos Estados Unidos da América, China e Austrália) levou o Ministério Público a admitir a possibilidade de fuga do antigo ministro, para sustentar a necessidade de emissão de mandado de detenção.
O Ministério Público tem, em relação a Manuel Pinho, suspeitas relacionadas com a existência de património em contas detidas por sociedades offshore e a transmissão de imóveis a terceiros, que se somam às suspeitas, já conhecidas há vários anos, de que Pinho terá sido corrompido pela EDP entre 2007 e 2010 para beneficiar a empresa no regime CMEC - Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual, acabando por ser contratado pela Universidade de Columbia ao abrigo de um patrocínio da EDP.
A detenção, esta terça-feira, envolveu uma revista a Manuel Pinho, na qual as autoridades constataram que o arguido não tinha consigo quaisquer cartões bancários nem passaporte, segundo as informações recolhidas pelo Expresso.
Confrontado pelos jornalistas no Campus da Justiça, Ricardo Sá Fernandes, o advogado de Manuel Pinho, garantiu que não foi a revista ao ex-ministro da Economia à entrada do DCIAP que determinou a sua detenção, esta terça-feira. " A decisão de o manter detido foi antes da revista. Os mandados [de detenção] estavam feitos", declarou.
Sobre se haveria perigo de fuga, o advogado disse não querer "discutir esse assunto".
Notícia atualizada às 14h05
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