Estudo sobre “Disponibilidade de água em cenário de alterações climáticas” indica que já não chove o suficiente no país para encher as principais bacias hidrográficas, o que nos deixa menos preparados para enfrentar anos de seca. As bacias dos rios Mira e Sado são “as mais preocupantes” e não se sabe exatamente em que estado estão as águas subterrâneas nacionais, devido à falta de capacidade de controlo e de monitorização das captações existentes por parte da Agência Portuguesa do Ambiente. Ministro Matos Fernandes diz que “devemos ser capazes de fazer melhor com a água que temos”
Nas últimas duas décadas, a precipitação em Portugal e Espanha diminuiu cerca de 15% e a disponibilidade de água reduziu-se em cerca de 20%. E, até ao final do século, prevê-se uma redução de chuva de 25% face à média atual. Em algumas bacias hidrográficas, designadamente nas do Sado e do Mira, o índice de escassez atinge valores acima de 0.6, o que coloca estas bacias próximas de “uma situação crítica”. Estas são algumas das conclusões do estudo “Disponibilidade de água em cenário de alterações climáticas”, apresentado esta terça-feira no auditório da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), em Lisboa.
“Em todas as bacias há redução acentuada de precipitação e deixámos de ter anos húmidos que encham as nossas albufeiras, o que nos deixa menos preparados para enfrentar situações de seca”, afirmou Rodrigo Proença de Oliveira, o investigador do Instituto Superior Técnico que coordenou o estudo encomendado pelo Ministério do Ambiente.
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