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“Falsas declarações de vitória, muito ‘greenwashing’ e palavras vazias”: o que os jovens ativistas portugueses esperam da COP26

“Falsas declarações de vitória, muito ‘greenwashing’ e palavras vazias”: o que os jovens ativistas portugueses esperam da COP26
RUSSELL CHEYNE

A grande cimeira do clima começa a sério esta segunda-feira, mas as expetativas são muito baixas: “Em 25 anos a COP falhou, este ano provavelmente vai falhar outra vez”. Filipa, Diana e Carolina querem que seja feita justiça climática e que os países poluidores assumam finalmente responsabilidade pelas suas ações. Mas, em vez disso, as jovens ativistas acham que vai ser mais uma oportunidade de os líderes mundiais fazerem propaganda ecológica enganosa

“Falsas declarações de vitória, muito ‘greenwashing’ e palavras vazias”: o que os jovens ativistas portugueses esperam da COP26

Mara Tribuna

Jornalista

A cada ano que passa e a cada cimeira que é feita, desde a primeira COP, em 1995, há cada vez mais urgência. “A COP26 é a última oportunidade que nós temos para fazer mesmo uma diferença e manter o compromisso dos 1,5ºC” de aquecimento relativamente ao período pré-industrial, o valor fixado no Acordo de Paris, alerta Filipa Costa, 23 anos, ativista da Federation of Young European Greens (FYEG), organização observadora nas negociações climáticas.

É a 26.ª vez que se realiza a Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, daí o nome. “Já é a 26.ª vez que vamos falar sobre este assunto 一 isso já diz tudo”, acrescenta Filipa, que através da FYEG está na COP que arrancou oficialmente no domingo, em Glasgow. Sem surpresa, está pouco confiante com o sucesso da cimeira: “Ainda não entrou na cabeça dos líderes mundiais e políticos que a nossa casa está a arder, acho que vai ser mais uma maneira de eles fazerem greenwashing” (propaganda ecológica enganosa).

Para Carolina Falcato, porta-voz do Climáximo, um coletivo de defesa da justiça climática, desconfiança é a palavra de ordem: “Muitos ativistas já não confiam que saia alguma coisa útil da COP”. As emissões continuam a aumentar, condena a jovem de 21 anos, porque “as próprias instituições políticas são desenhadas não para proteger as pessoas e o planeta mas o lucro das empresas”.

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