E pronto, está decidido: a empresa Facebook vai passar a chamar-se Meta (mas a rede social Facebook mantém o nome)
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Mudança de nome surge numa fase em que têm sido divulgados os "Facebook Papers", investigação que está a revelar milhares de documentos internos vazados pela ex-funcionária e denunciante Frances Haugen
O Facebook anunciou esta quinta-feira a mudança de nome. A rede social irá manter a denominação original, mas a empresa que gere o Facebook, o Instagram e o WhatsApp passa a chamar-se Meta.
“O Facebook escolheu Meta porque pode significar ‘além’ e capta o compromisso com a construção de tecnologias sociais que nos levam além do que a conexão digital torna possível hoje”, refere o Facebook em comunicado.
A mesma nota enviada à imprensa revela que “o Facebook está também a introduzir um novo logótipo e cor para acompanhar a nova marca da empresa”. A nova imagem terá um gradiente azul, em homenagem à herança do Facebook.
A revelação foi feita pelo próprio Mark Zuckerberg durante a conferência anual Facebook Connect.“Daqui em diante seremos fundamentalmente metaverso e não o Facebook em primeiro lugar”, frisou o CEO durante a apresentação.
“Estou orgulhoso do que construímos até agora, e estou entusiasmado com o que vem a seguir — à medida que avançamos além do que é possível, além das restrições dos ecrãs, além dos limites da distância e da física, e em direção a um futuro onde todos podem estar presentes uns com os outros, criar novas oportunidades e experimentar coisas novas”, afirma Zuckerberg, citado no comunicado do Facebook. “É um futuro que está além de qualquer empresa e que será feito por todos nós”, augura.
No fundo, Zuckerberg quer mostrar ao mundo que a empresa é mais do que a rede social. “O Facebook é um dos produtos mais usados no mundo. Mas, cada vez mais, não abrange tudo o que fazemos. Atualmente a nossa marca está tão ligada a um produto que não consegue representar tudo o que fazemos”, justificou o empresário.
“[O novo nome serve] para refletir quem somos e o que esperamos construir”, acrescentou Zuckerberg.
O grupo detém marcas como o Instagram, o WhatsApp e o fabricante de óculos de realidade virtual Oculus. Ou seja, uma denominação neutra pode trazer vantagens tanto do ponto de vista comercial como regulamentar.
A decisão surge numa fase em que têm sido divulgados os "Facebook Papers", investigação que está a abalar o império de Mark Zuckerberg ao revelar milhares de documentos internos vazados pela ex-funcionária e denunciante Frances Haugen.
“Mark Zuckerberg controla unilateralmente três mil milhões de pessoas”, adverte Frances Haugen.
A ex-funcionária e especialista de dados culpa ainda a gigante tecnológica por contribuir para o extremismo presente na rede social. “A raiva e o ódio são a forma mais fácil de crescer no Facebook”, afirma a denunciante.
Apesar da polémica, o Facebook apresentou esta segunda-feira um lucro de 9,2 mil milhões de dólares (7,9 mil milhões de euros) no terceiro trimestre, mais 17% do que no mesmo período do ano passado.