Sociedade

Em Cabul já só resta um português. E fica lá “até ser necessário”

Pista do aeroporto de Cabul, onde estão as tropas norte-americanas e onde também os dois portugueses estão a prestar serviço
Pista do aeroporto de Cabul, onde estão as tropas norte-americanas e onde também os dois portugueses estão a prestar serviço
STR/ Getty Images

Um bombeiro português continua no aeroporto da capital do Afeganistão, onde está a prestar apoio aos militares norte-americanos e aliados

Em Cabul já só resta um português. E fica lá “até ser necessário”

Marta Gonçalves

Coordenadora de Multimédia

Dos 16 portugueses identificados pelo Governo português que ainda estavam no Afeganistão, apenas um permanece no país. Esta terça-feira, ao Expresso, a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas confirmou que todos os outros cidadãos nacionais já abandonaram o país nas últimas horas depois de o aeroporto de Hamid Karzai, em Cabul, ter sido reaberto e os voos de repatriamento retomados.

O português permanece no Afeganistão é bombeiro, está a prestar serviço no aeroporto da capital afegã e a apoiar as tropas norte-americanas, que mantém o controlo do local. “Fica até ser necessário”, confirma Berta Nunes.

Ao começo da manhã desta terça-feira estava com este português mais um cidadão nacional, também bombeiro e que prestava também apoio no aeroporto. Entretanto, foi retirado num voo com destino ao Qatar.

Na segunda-feira, estavam ainda quatro portugueses em Cabul. Uma delas, Paula Pedro, em declarações à SIC, descreveu os momentos de tensão. A portuguesa e um outro português ficaram retidos porque o avião em que iriam viajar até ao Dubai não conseguia aterrar no aeroporto. A pista esteve várias horas invadida por centenas de afegãos em desespero que tentavam fugir e arranjar um lugar numa aeronave.

O aeroporto só reabriu já ao final da noite de segunda-feira.

No domingo, a entrada das forças talibãs em Cabul pôs fim a uma campanha militar de duas décadas liderada pelos EUA e apoiada pelos seus aliados, incluindo Portugal. Os radicais islâmicos tomaram a capital e assumiram o poder, querendo uma transição de poder depois do presidente afegão ter abandonado o país.

Milhares de afegãos, em Cabul, tentam fugir do país e muitos dirigiram-se para o aeroporto internacional onde a situação era, na segunda-feira, caótica.

Nota: corrigido o número total de portugueses. São 16 e não 12 como inicialmente foi escrito. Às 12h25 notícia atualizada com a informação de que um dos dois bombeiros já tinha saído do Afeganistão.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mpgoncalves@expresso.impresa.pt

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