Ainda que a maioria esteja satisfeita com as medidas, 40% têm algumas reservas sobre a atuação do Governo na gestão da pandemia, mostra estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos. Ministério da Saúde é o que merece nota mais positiva, Economia o mais negativo. Forças Armadas saem em alta da avaliação
Apesar de existir um grau de confiança elevado em alguns organismos públicos, cerca de 39% da população considera que o Estado português está pouco preparado para responder a emergências como a pandemia de covid-19, mostram os resultados preliminares do estudo “Impactos económicos, sociais e políticos da covid-19 em Portugal”, promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) e divulgado esta segunda-feira.
Comparando vários organismos do Estado, o Ministério da Saúde é tido como o que mais se evidenciou pela positiva na gestão da pandemia (45,7%). “Inversamente, as estruturas do Ministério da Administração Interna (18%), do Ministério das Finanças (15,6%) e do Ministério da Economia (15%) foram consideradas como aquelas que mais se notabilizaram pela negativa”, indica o estudo, acrescentando que tanto as Finanças como a Economia “provavelmente pagam o preço económico da pandemia e de uma possível perceção dos apoios sociais como sendo insuficientes”.
Positiva é também a perceção em relação ao papel das forças de segurança, como a PSP e GNR, sendo consideradas eficazes (42,9%), moderadamente eficazes (19,8%) ou muito eficazes (17,1%) na pandemia. E o mesmo acontece com as Forças Armadas, consideradas pela positiva em 77% das respostas, mostra o estudo feito por investigadores do ISCTE-IUL, Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, Universidade de Aveiro e Universidade do Minho, coordenado inicialmente por Nuno Monteiro, professor em Yale, que morreu em maio, depois substituído por Carlos Jalali, da Universidade de Aveiro.
Segundo a análise, feita a partir de inquéritos que asseguram a representatividade da população portuguesa, 40% dos inquiridos mostram algumas reservas quanto à atuação do Governo na gestão da crise sanitária, “nomeadamente no que diz respeito à informação apresentada e à qualidade das suas decisões”.
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