“O país que inventou a Via Verde pode com certeza criar um mecanismo para cobrar pelo uso das áreas protegidas”. Miguel Araújo, biogeógrafo
O biogeógrafo vencedor do Prémio Pessoa 2018, Miguel Araújo, lembra que “muito pouco do que se pratica em Portugal é gestão efetiva do território e dos valores patrimoniais que nele se encontram” e que “é necessário criar incentivos para que os agentes que gerem o território sejam os principais protetores da biodiversidade”. A conversa surge a propósito do relatório de reflexão do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável, que concluiu que as autoridades nacionais não cuidam devidamente das áreas protegidas e das espécies e habitats que estas devem conservar. Como um dos conselheiros deste órgão consultivo, o cientista defende que o financiamento da conservação da natureza em Portugal pode passar pela cobrança de taxas turísticas ou de portagens a quem a visita