No dia em que foi operado, Tomás, de quatro anos, conduziu até ao bloco (com vídeo)

Pediatria do hospital Amadora-Sintra transformou o caminho até às cirurgias numa estrada de brincar
Pediatria do hospital Amadora-Sintra transformou o caminho até às cirurgias numa estrada de brincar
A cirurgia de Tomás, a uma malformação do sistema urinário, já estava prevista há muito tempo, mas a covid alterou todos os calendários e foi alimentando ansiedades. É o primeiro filho de Marilene Soares e a mãe começou a sofrer por antecipação, a ter medo do medo que ele, aos quatro anos, teria do hospital e da ida para o bloco operatório onde ela não poderia estar. Mas quando deu entrada na pediatria do Fernando Fonseca (vulgo Amadora-Sintra) o cenário que encontrou surpreendeu-a. No corredor da unidade estavam estacionados três carros elétricos, desportivos, topo de gama, semelhantes aos que se alugam nos shoppings, com os faróis acesos a sobressair na luz ténue do espaço: dois Lamborghini Urus —um vermelho e um amarelo — e um Volkswagen Amarok azul-forte. O Tomás já não falou de outra coisa: “Posso andar mãe, posso, posso?” O medo cedeu ao entusiasmo, e a ansiedade deixou de ser provocada pela operação mas pelo que ia acontecer no caminho. Ele ia conduzir até lá.
Entre a enfermaria pediátrica e o bloco operatório há um longo corredor de 270 metros, espécie de calvário para crianças e pais, em que cada passo é mais um grau subido na escala dos nervos. E há muito tempo que a diretora da pediatria falava da necessidade de se arranjar uma solução para diminuir o stresse do trajeto, que os menores faziam habitualmente numa cama de grades. “Saem da sua zona de conforto da pediatria, onde têm bonecos, brinquedos, outros miúdos. E de repente vão para um sítio que é um bocadinho hostil. Passam adultos em macas, coisas que podem ser desconfortáveis para eles — e que nós, que já estamos dessensibilizados, não nos apercebemos”, explica Helena Loureiro.
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