Numa noite de domingo do final de novembro, dois líderes de duas potências mundiais sem relações diplomáticas entre si reuniram-se para um encontro secreto num dos mais misteriosos lugares do planeta. Um não-lugar, para já feito de descrições vagas e factos contraditórios. Ou um lugar que há de ser, alimentado a planos utópicos e ambições superlativas. De todas as formas, o sítio perfeito para uma reunião que, não fossem as supostas fugas de informação, seria como se não tivesse acontecido.
Do prefixo grego “neo”, que designa “novo”, e da palavra árabe para “futuro”, Neom é o projeto megalómano que encabeça os planos do príncipe Mohammad bin Salman para a modernização da Arábia Saudita. Um autoproclamado “hub de inovação”, “laboratório vivo”, “ecossistema sustentável”, com um custo estimado em 500 mil milhões de dólares (quase 30 vezes o PIB português de 2019) e conclusão prevista para 2030. O objetivo é atrair turismo, investimento estrangeiro e fixar cerca de um milhão de pessoas de todo o mundo num território do tamanho da Bélgica, junto ao Mar Vermelho e ao Estreito de Tiran. Ou, nas palavras dos próprios, numa “visão daquilo que o futuro poderá ser”.
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