Há 250 portugueses adeptos do QAnon. Autoridades garantem estar atentas

Movimento está em 70 países. Autoridades portuguesas estão atentas, mas o trabalho de monitorização é difícil
Movimento está em 70 países. Autoridades portuguesas estão atentas, mas o trabalho de monitorização é difícil
O movimento de teóricos da conspiração QAnon tem também adeptos em Portugal. Segundo o Expresso apurou junto de fonte judicial, há 250 portugueses que difundem nas redes sociais as mensagens racistas e de ódio deste grupo extremista. O Expresso encontrou alguns casos no Twitter e no Facebook, mas os portugueses expressam-se sobretudo nas redes sociais de países com maior implantação do QAnon, como a Alemanha e França.
A primeira publicação do QAnon surgiu em outubro de 2017 e teve eco imediato entre militantes da extrema-direita, como supremacistas brancos e neonazis. O fundador é um anónimo do Governo norte-americano que assina simplesmente “Q”. O grupo garante que Donald Trump é o protetor da sociedade americana contra judeus e pedófilos.
O movimento, que cresceu na internet e nas redes sociais, conta com milhares de seguidores nos EUA. O FBI já o considera uma ameaça terrorista, mas Trump teima em recusar-se a condenar este ‘culto’. O QAnon tem-se disseminado pela Europa, estimando-se que esteja já implantado em 70 países.
Só na Alemanha, Suíça e Liechtenstein existem 120 mil pessoas associadas ao movimento. Nas manifestações contra as restrições impostas pelo Governo alemão para fazer face ao surto do novo coronavírus, foram identificados cartazes com teorias QAnon em Berlim, Estugarda e Munique. O movimento esteve igualmente em protestos negacionistas noutras cidades europeias, como Londres e Paris.
A difusão do movimento na Europa tem sido potenciada pela crise pandémica. Os seus seguidores disseminam fake news relacionadas com o vírus, criticando abertamente as medidas de saúde pública contra a covid-19.
O Twitter, o Facebook e o YouTube eliminaram milhares de contas e grupos destes teóricos da conspiração de extrema-direita. Muitos dos seus membros têm, no entanto, migrado para outras aplicações que permitem uma comunicação mais segura e encriptada, como o Telegram, o que tem dificultado a monitorização das autoridades. As forças de segurança portuguesas estão atentas ao fenómeno.
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