Quão sexista é a Língua Portuguesa e como é que isso se resolve? Uma reflexão a partir do documento que indignou os militares

O Ministério da Defesa enviou ao Estado-Maior-General das Forças Armadas e aos três ramos militares - Marinha, Exército e Força Aérea - uma diretiva que determina mudanças no Português utilizado em documentos oficiais. Exemplos: usar “data de nascimento” em vez de “nascido em”, “a coordenação” em vez de “o coordenador” ou “a classe política” em vez de “os políticos”, bem como formas duplas (“estas instalações destinam-se a alunos e alunas”). A Associação de Oficiais das Forças Armadas já disse que esta diretiva é “uma baboseira e uma provocação aos militares”, o Expresso dá agora a voz a especialistas: falam Pedro Mexia (que vê alguns exemplos “absurdos” nesta diretiva), a socióloga Isabel Ventura (que lembra que “desde 1985 que há recomendações para a eliminação do sexismo na linguagem”), Manuela Tavares, da União de Mulheres Alternativa e Resposta (“quem pensa que estas questões são uma embirração das feministas está muito enganado”), e Susana Pereira, da Associação para a Cidadania (“A Língua não é neutra, reflete e influencia atitudes, comportamentos e estereótipos de género”)