"Na língua portuguesa é comum o recurso à utilização do género masculino para designar as pessoas de ambos os sexos, o que gera indefinições quanto às pessoas, homens e mulheres a que se refere, e torna as mulheres praticamente invisíveis na linguagem". Este excerto é de uma diretiva enviada pelo Ministério da Defesa Nacional ao Estado-Maior-General das Forças Armadas e aos três ramos militares, no âmbito do cumprimento do plano setorial da Defesa Nacional para a Igualdade 2019-2021.
O documento, a que a TSF teve acesso, é datado de 18 de setembro, e dá alguns exemplos das mudanças necessárias: "data de nascimento" em vez de "nascido em" ou "a classe política" em substituição de "os políticos", bem como formas duplas ("Estas instalações destinam-se a alunos e alunas..."), a menção "m/f" ou o uso de barras ("O/A") - e nunca os parênteses porque "estes indicam a introdução no texto de um elemento secundário, o que seria contrário ao objetivo de respeitar a igualdade de género", lê-se.
Na comunicação visual, o Ministério da Defesa quer ainda imagens que "mostrem pessoas de géneros diferentes em papéis de igual valor", "homens e mulheres em atividades relevantes", e que valorizem a "presença do sexo sub-representado" ou onde seja valorizado que a "instituição não tem preconceitos de género".
O plano é para aplicar a todos os documentos oficiais, com o objetivo de "salientar a importância para a utilização de linguagem sensível ao género, dar a conhecer exemplos práticos que previnam a utilização de linguagem discriminatória e contribuir para a eliminação dos estereótipos existentes".
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