Foi “muito barulho para nada.” O promotor musical Vasco Sacramento passou o fim de semana da Festa do Avante! a trabalhar no seu próprio festival adaptado (Noites F, em Faro), mas o que viu confirma o prognóstico que já tinha dado ao Expresso: o evento “correu muito bem” e as “regras em vigor foram cumpridas, até além do necessário”. “As recentes imagens de Fátima deviam deixar corados de vergonha todos os que fizeram aquela perseguição.”
A realização do Avante! teve uma vantagem para o futuro a médio prazo dos espectáculos ao vivo, aponta Vasco Sacramento: “Mobilizou alguns intervenientes do sector no sentido de agir. Dado que ainda não sabemos quanto tempo isto vai durar, o único caminho que temos é fazer”. Fazer, sim, mas sabendo que o futuro imediato não será como era: o exemplo comunista “não altera grande coisa sobre a realidade porque com estas normas continua a ser difícil fazer um festival que dê rentabilidade”, salienta o diretor da agência de concertos Sons em Trânsito.
Esta ideia é transversal nas opiniões de todos os promotores de música ouvidos pelo Expresso: é positivo que o Avante! tenha corrido bem, mas o seu exemplo dificilmente pode ser replicado pelos festivais de massas. É uma questão de espaço, diz Paulo Ventura, agente de artistas e promotor do Festival Vilar de Mouros, que esteve na Quinta da Atalaia no último dia, no domingo. “Se eu tiver um recinto de 30 hectares posso fazer o que quiser em termos de distanciamento social. Aumenta a viabilidade económica do evento.”
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