App Stayaway Covid lançada terça-feira

A aplicação Stayaway Covid já está disponível para Android na loja Google Play, mas apenas terça-feira será feito o lançamento oficial no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), apurou o Expresso junto do Governo. Nesse dia prevê-se que a versão para iPhone já esteja igualmente acessível.

A app de notificações de contágios chega com quase dois meses de atraso face à data inicialmente apontada pelo INESC TEC, a entidade de investigação ligada à Universidade do Porto que a desenvolveu e a cedeu à Direção-Geral da Saúde. Além dos reparos e sugestões apresentados pela Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD), que alertou para a excessiva dependência de tecnologias Apple e Google, o lançamento teve de esperar pela aprovação do decreto-lei que define as competências dos diferentes organismos estatais na gestão e manutenção da app e dos dados que providencia.

A estes entraves, juntou-se outro que o Governo não pôde controlar: a aprovação pela App Store, conhecida por fazer análises minuciosas e morosas relativamente às aplicações que distribui. Até à data, a loja da Apple apenas aprovou o uso de uma versão experimental da Stayaway Covid nos testes realizados com voluntários.

Confinamento fértil

Esta aplicação de rastreio de contactos, que começou a ser desenvolvida no início do confinamento por investigadores do INESC TEC, envia para os telemóveis dos aderentes alertas relacionados com potenciais contágios provocados pela proximidade com pessoas infetadas pela covid-19. Além de ser uma iniciativa voluntária e pessoal, a confirmação de contágio pressupõe a inserção de códigos fornecidos pelos médicos que fazem o diagnóstico da doença. Estes códigos garantem o anonimato quando são enviados alertas para pessoas que tenham estado perto do infetado.

A Stayaway Covid exige a localização ativada, mas as notificações têm por base os dados recolhidos pelas comunicações bluetooth, que apuram a proximidade de outros telemóveis com a mesma app instalada. No caso de o utilizador inserir os códigos que confirmam a infeção, todos os utilizadores da app que, nas últimas 48 horas, tenham estado a menos de dois metros da pessoa contagiada durante mais de 15 minutos vão receber nos telemóveis alertas para fazerem testes de despistagem da covid-19.

O download e a ativação da app são grátis e voluntários, mas o seu desenvolvimento ficou orçado em cerca de 400 mil euros.