242 mil doentes à espera de cirurgias. E para 100 mil já passou o prazo clinicamente aceitável

Os números referentes a maio mostram que a covid-19 interrompeu o progresso que o SNS tinha feito no ano passado, escreve o "Público"
Os números referentes a maio mostram que a covid-19 interrompeu o progresso que o SNS tinha feito no ano passado, escreve o "Público"
Em maio deste ano, 242 mil doentes em Portugal estavam em lista de espera para cirurgias - e 43% destes, mais de 100 mil pessoas, já tinham ultrapassado o tempo máximo recomendado e clinicamente aceitável para a sua patologia. Além disso, 45% dos doentes estavam à espera há mais de um ano. Os dados foram avançados ao jornal "Público" pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).
Maio é o mês mais recente para o qual há informação, mas os números mostram que a situação tem piorado desde fevereiro. No ano passado, até se tinha verificado uma melhoria nas listas de espera de cirurgia - aumentos de 10,4% na cirurgia programada e 27,1% na de ambulatório - mas todo esse progresso foi “bruscamente interrompido” pela covid-19, diz a ACSS. Em julho, a ministra da saúde Marta Temido já tinha apontado que até maio o SNS tinha realizado menos 85 mil cirurgias.
Ao "Público", a ACSS garante que “o SNS, através da sua rede hospitalar, está determinado a realizar o esforço necessário para cumprir o objectivo de melhorar o acesso” a cuidados de saúde.
Uma das metas previstas no Programa de Estabilização Económica e Social (PEES), e para a qual foram reservados 26 milhões de euros, é a recuperação de 25% da atividade cirúrgica de doentes em lista de espera acima dos tempos recomendados.
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