No passado sábado, um grupo de nacionalistas que se intitulou “Resistência Nacional” juntou-se em frente à sede da associação SOS Racismo com máscaras brancas e munidos de tochas para protestar contra o “racismo anti-nacional”. Também quiseram prestar “homenagem aos polícias mortos em serviço" e, por isso, anunciaram que “a sede do SOS Racismo recebeu hoje uma visita nossa”, lê-se na página de Facebook do grupo, citada pelo jornal Público.
Não é a primeira vez que o grupo “visita” a sede da associação. Em julho a fachada do edíficio foi vandalizada com a frase “Guerra aos inimigos da minha terra”. Ao Público, o dirigente do SOS Racismo Mamadou Ba disse que “uma coisa é fazerem uma manifestação no espaço público em que assumem uma posição política contra o anti-racismo, o que é inaceitável em democracia, mas elegerem uma organização anti-racista como alvo a abater, fazer ameaças de morte e, não contentes, fazerem uma parada militar à moda de Ku Klux Klan ultrapassa todos os limites do confronto ideológico.”
Ba diz também que à página do SOS Racismo chegam centenas de ameaças de elementos da extrema-direita. Assim, a associação vai juntar todas estas ocorrências e avançar para uma queixa no Ministério Público, por ofensa à integridade física, ofensas morais, danos patrimoniais e incitamento ao ódio e violência.
Segundo o Público, a “Resistência Nacional” tem nas suas fileiras membros de pelo menos estas organizações: a entretanto suspensa Nova Ordem Social, criada por Mário Machado; o grupo Portugal Hammer Skins; o grupo de adeptos 1143, afeto ao Sporting; o Partido Nacional Renovador; e o partido Chega, de André Ventura.
O Expresso acedeu a alguns vídeos deste grupo de extrema-direita publicados no YouTube. Os primeiros são do início de julho, e basicamente são uma espécie de cartão de apresentação do grupo: imagens de fundo escuro com tochas a arder e palavras de ordem como "Movimento contra o comunismo", "Pelos valores europeus", "Autoridade", "Honra", "Camaradagem". Existe igualmente um vídeo sobre esta vigília "em homenagem às forças de segurança". Os radicais de direita acusam o SOS Racismo de não defender um só português.
[notícia atualizada com mais informação às 9h51]
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