Sociedade

Empresa portuguesa que encomendou nitrato de amónio que destruiu Beirute vai ser investigada

Empresa portuguesa que encomendou nitrato de amónio que destruiu Beirute vai ser investigada
THAIER AL-SUDANI

Companhia Moura & Silva, da Póvoa de Lanhoso, é proprietária da Fábrica de Explosivos de Moçambique, que encomendou as 2.750 toneladas do composto químico que esteve na origem da explosão

Tratou-se de uma “encomenda normal”, explicou ao jornal Público um porta-voz da Fábrica de Explosivos de Moçambique (FEM), que em 2013 iria comprar as 2.750 toneladas de nitrato de amónio caso elas estivessem chegado ao destino - a cidade da Beira, no norte do país - e não acabado guardadas no porto de Beirute, no Líbano, onde acabaram por explodir na semana passada.

A FEM é detida pela empresa Moura & Silva, originária da Póvoa de Lanhoso e o maior fabricante de explosivos de Portugal, segundo o Correio da Manhã. Este jornal adianta que o Serviço de Informações de Segurança (SIS) e o Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) vão investigar a empresa, para precaver possíveis riscos para interesses portugueses em África.

Em comunicado enviado ao Expresso, a FEM confirma que fez a encomenda de nitrato de amónio à empresa Savaro. Faz, porém, a ressalva: "este material nunca nos foi entregue."

"A FEM salienta que não tem qualquer relação com armadores ou transitários, dado que a sua relação com os fornecedores se cinge às encomendas que faz", lê-se no documento. "A FEM não tem qualquer actividade como transitário ou armador. É uma mera utilizadora."

A carga tinha como destino a Beira, porque é lá que fica o centro de recepção desta empresa de explosivos, acrescenta o Público. A Moura & Silva não adiantou para que fim o nitrato de amónio seria utilizado. A empresa nortenha está presente em Moçambique desde 1959.

Notícia atualizada às 13h40 do dia 11 de agosto com os esclarecimentos da empresa Moura & Silva

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