“O incêndio está dominado”, confirmou Luís Belo Costa, comandante distrital de operações de socorro de Castelo Branco, sobre o fogo em Oleiros, que deflagra desde sábado e que fez uma vítima mortal e sete feridos (dois em estado grave). Em conferência de imprensa, o responsável pelos trabalhos referiu que as chamas foram dadas como controladas pelas 08h desta segunda-feira, no entanto, lembrou que ainda há muito a ser feito. “É um perímetro extraordinariamente grande e extraordinariamente complexo” e “vai dar-nos bastante trabalho na consolidação”, referiu.
“Neste momento não há nenhuma aldeia em risco, porque não há nenhuma frente ativa. Não há nenhuma situação desse género”, disse ainda Luís Belo Costa. “A área ardida é muito extensa mas rondará qualquer coisa como seis mil hectares - mas este é um dado que carece de confirmação. Agora é tempo de começar a fazer levantamentos”, acrescentou.
Há 864 operacionais no terreno para combater o fogo. De acordo com o mais recente ponto de situação divulgado pela Proteção Civil - esta segunda-feira pelas 08h - estavam ainda no terreno 274 veículos e dois meios aéreos, sendo que “um deles é um avião de monitorização para detetar eventuais pontos quentes”.
Três pessoas ainda foram retiradas “por precaução” de suas casas - “um casal e uma senhora”, especificou Vítor Antunes, vice-presidente da Câmara de Oleiros - e, durante a madrugada desta segunda-feira, já foram levados de regresso às suas casas, onde “passaram o resto da noite”. O autarca confirmou que nas próximas horas vão ser deslocados para o terreno membros da equipa do “gabinete técnico e da parte social” para avaliar as necessidades provocadas pelo fogo. “Não é uma zona densamente povoada, mas é uma zona com várias aldeias dispersas, algumas das quais com dois ou três habitantes”, disse ainda.
As chamas deflagraram no sábado durante a tarde, tendo as autoridades sido alertadas pelas 15h35.
Já este domingo, o ministro da Administração Interna tinha admitido que este incêndio que lavra em Oleiros, Sertã e Proença-a-Nova poderá levar mais tempo até ser controlado. “Admitimos que este incêndio - é necessário dizê-lo com realismo - possa envolver mobilização do dispositivo até terça ou quarta-feira, fazendo uma monitorização permanente do nível de resposta”, declarou Eduardo Cabrita, no final de uma reunião do Centro de Coordenação Operacional Nacional (CCON), na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
A Comissão Europeia respondeu ao pedido de ajuda de Portugal, alocando apoio satélite para o combate ao fogo e manifestando disponibilidade para dar assistência se for necessário. Devido ao agravamento das condições meteorológicas nas próximas 48 horas, o Governo declarou Situação de Alerta que entrou em vigor às 0h desta segunda-feira e que se estende até ao final de terça-feira.
MORTE DE BOMBEIRO DE 21 ANOS
A vítima mortal registada neste incêndio é Diogo Dias, de 21 anos, operacional do corpo de Bombeiros Voluntários de Proença-a-Nova, na sequência de um acidente de viação na deslocação para o combate a este incêndio. No acidente ficaram feridos mais quatro operacionais. O ministro da Administração Interna voltou a manifestar “consternação, solidariedade, reconhecimento pela capacidade de dedicação extrema mais uma vez testemunhada pelos bombeiros portugueses”.
“Marca-nos a todos e motiva-nos também para homenageá-lo, respondendo ativamente a esta ocorrência”, declarou o ministro.
[Texto atualizado às 09h20]
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