Portugal vai ter mais um centro para acolher refugiados

Foi o primeiro grande surto de Lisboa, antes mesmo da capital se tornar um dos concelhos com uma persistência de novos casos acima da média nacional. No fim de abril, no hostel Aykibom, 138 dos 187 requerentes de asilo que aí viviam em 40 quartos deram positivo para a covid-19. Além da descoberta de um foco que era preciso debelar, o país conheceu nesse prédio da Rua Morais Soares um outro problema, para o qual o Conselho Português para os refugiados (CPR) alertava há mais de um ano: a enorme dificuldade da organização em encontrar alojamento para os migrantes que pedem proteção humanitária a Portugal. Foram 1716 em 2019, um aumento de mais de 40% em comparação com o ano anterior. Desde 2014, a subida ultrapassa os 200%. Este ano contabilizam-se apenas 500 pedidos, mas só porque a pandemia fechou as fronteiras.

Com os centros cheios e o mercado imobiliário com preços proibitivos, restava o aluguer de hostels inteiros, onde as condições não eram as desejáveis. A situação tornava-se ainda mais insustentável porque cerca de 60% dos 950 migrantes a quem prestavam então acolhimento deveriam ter transitado para a Segurança Social e para a Santa Casa da Misericórdia, uma vez que já tinham tido resposta do SEF (positiva ou negativa), como determina a lei de asilo.

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