Polícia Judiciária deteve Zambrius: tem 19 anos, é hacker e um dos ataques foi à Direção-Geral do Orçamento
Autoridades identificaram ainda um outro jovem de 23 anos. Altice também foi atacada
Autoridades identificaram ainda um outro jovem de 23 anos. Altice também foi atacada
Editor de Economia
Jornalista
A Polícia Judiciária (PJ), através da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T), em inquérito titulado pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), deteve um "hacker" de 19 anos e identificou um outro suspeito de 23 anos, também constituído arguido, pela prática de "crimes de acesso ilegítimo, falsidade, dano e sabotagem informática".
"Na sequência de participações de várias entidades, perante a reincidência de suspeitos e tendo em vista a cessação da atividade criminosa deste grupo, foram efetuadas buscas domiciliárias em quatro locais e procede-se à apreensão de diverso material informático que servia de suporte à prática ilícita", refere um comunicado da PJ.
Os jovens em causa integram um grupo autodenominado Cyberteam. O elemento detido foi um dos elementos do grupo que se apresentava com a alcunha Zambrius. Aquele grupo tem vindo a reivindicar nas redes sociais a autoria de vários ataques nas últimas semanas, incluindo um ataque que roubou acessos e senhas de colaboradores da área comercial da Altice.
Outro ataque empreendido recentemente pela mesma Cyberteam visou a Direção-Geral do Orçamento (DGO), na dependência do Ministério das Finanças.
No seu comunicado, no entanto, a PJ não identifica os arguidos nem as empresas visadas. Mas o Expresso sabe que não se trata dos mesmos autores de um ataque informático à EDP, onde os "hackers" dizem ter tido acesso a mais de 10 terabytes de informação da elétrica.
Segundo a PJ, os ataques informáticos em escala, conhecidos por “Defacing” e “DDoS”, eram dirigidos a entidades públicas e privadas, tinham origem num grupo criminoso de cidadãos portugueses e mostravam sinais de agravamento nos últimos dois meses.
"Além de comprometerem a integridade e a disponibilidade dos dados e da informação das entidades visadas, estes crimes informáticos afetam a paz social e a segurança no domínio do ciberespaço", nota o comunicado da PJ.
"O detido, já com antecedentes por crimes de idêntica natureza, será presente a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas", conclui o comunicado.
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