De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a pandemia de covid-19 já deixou mais de 13 milhões de pessoas por vacinar em todo o mundo. O número foi avançado em conferência de imprensa, esta segunda-feira, por Tedros Adhanom Ghebreyesus.
De acordo com o diretor-geral da organização, e citando dados da Gavi Alliance (organização que assegura o acesso de crianças a vacinas em países desfavorecidos), pelo menos 21 países estão com problemas relacionados com a vacinação. E foram adiadas 14 campanhas de vacinação em todo o mundo, contra doenças como a poliomielite, sarampo, cólera, vírus do papiloma humano (HPV), febre amarela e meningite, referiu. “Haverá crianças que vão morrer por causa disso. A realidade é essa, e é trágica.”
Nesse contexto, deixou um apelo à comunidade internacional no sentido de garantir que a referida organização continua a ter financiamento para o seu trabalho. “Isto não representa um custo, uma despesa. É um passo que permitirá salvar vidas”, afirmou o diretor-geral da OMS, dando conta de um estudo publicado no último sábado segundo o qual o número de mortes por malária pode duplicar em África.
Quando à pandemia de covid-19, “está longe de ter terminado”, avisou também, sobretudo em regiões como África, Leste Europeu, América Latina e alguns países asiáticos, onde “continua a verificar-se uma subnotificação dos casos de infeção e das mortes”, resultado da “fraca capacidade de testagem”. “Este vírus não será derrotado se não nos unirmos, se não nos unirmos, aliás, o vírus irá explorar as fissuras entre nós e continuar a criar destruição. Serão perdidas vidas”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus.
“Um desconfinamento precipitado pode ter uma impacto maior na economia”
Também presente na conferência de imprensa, Mike Ryan, director do programa de emergência da OMS, falou em concreto do caso dos EUA, dando a entender que, embora não pareça, há um plano federal “claramente definido” e “aparentemente baseado na ciência” para lidar com a pandemia de covid-19. “O Governo federal e os governadores estão a trabalhar juntos para ajudar o país e a população a atravessar esta situação difícil”, referiu o especialista.
Mike Ryan deixou ainda um alerta: “Um desconfinamento precipitado pode ter uma impacto maior na economia”, afirmou, referindo que os “governos devem pesar numa balança as vidas e a economia”, mas que “passos demasiado repentinos podem ter um impacto maior na economia”.
Segundo o dirigente, “é necessário ter noção disso, porque o levantamento de demasiadas medidas de restrição pode resultar em novos casos e depois será necessário voltar ao confinamento”. “Não há uma resposta fácil, mas não podemos descartar a possibilidade de haver um novo surto que exija de novo a quarentena.”
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