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Como vai ser o nosso verão? (um guia para saber com o que pode contar)

Como vai ser o nosso verão? (um guia para saber com o que pode contar)
Foto João Carlos Santos

Previsão. As temperaturas elevadas não vão eliminar o vírus. As idas à praia terão restrições e agosto já não será o tradicional mês de pausa. Muitas empresas estarão a funcionar em pleno. O Expresso foi rever os planos e falar com vários setores, para saber com o que pode contar

De todas, esta é a questão mais relevante para determinar o quão difícil será o verão. Para Fernando Maltez, diretor do Serviço de Infecciologia do Hospital Curry Cabral, “tendo em conta o que se passa em alguns países do Hemisfério Sul, onde tem estado quente e húmido, não se pode afirmar que a pandemia será travada pelo calor”. O infecciologista recorda que dos seis tipos de coronavírus identificados e estudados em infeções anteriores, há quatro que são sazonais e dois que não. Estes últimos estiveram detrás da SARS e da MERS, que, tal como a covid-19, eram síndromes respiratórias agudas. “Em princípio, este vírus também não é sazonal”, acredita Fernando Maltez.

A comunidade científica internacional está dividida sobre o que esperar do comportamento do SARS-CoV-2, embora a tendência seja para haver pouco otimismo. Na semana passada, em resposta a um pedido da Casa Branca, a federação norte-americana de academias nacionais de ciências, engenharia e medicina produziu um relatório em que recomendou muita cautela. Alguns estudos científicos preliminares têm mostrado que parece haver menos infeções à medida que a temperatura e a humidade aumentam, mas o relatório chama a atenção para o exemplo da Austrália e do Irão, onde o vírus tem feito o seu caminho apesar do atual clima de verão. “Existem muitos outros fatores a ter em conta, além da temperatura ambiente, da humidade e da sobrevivência do vírus fora do hospedeiro, que influenciam e determinam as taxas de transmissão”, sublinha o documento.

Não. A maioria dos voos internacionais está suspensa até junho, mas, se não houver um retrocesso na pandemia, no verão as companhias aéreas deverão retomar as suas operações. A Comissão Europeia propôs um roadmap para o levantamento das restrições, em que indica uma expansão gradual, em que primeiro são retomadas as viagens entre Estados-membros e só depois, numa segunda fase, as viagens para países fora da União Europeia. Algumas empresas já iniciaram campanhas agressivas. A easyJet está a cobrar apenas um euro pela bagagem aos clientes por voos comprados agora e dá-lhes a hipótese de alterarem as datas sem taxa adicional. E a Emirates anunciou esta quarta-feira que fez testes de covid aos seus passageiros nos voos do Dubai para a Tunísia, com resultados disponíveis em 10 minutos, antes de embarcarem. O objetivo é alargar este procedimento a outros voos. Em paralelo, introduziu como regra o uso obrigatório de máscara no aeroporto do Dubai e todas as bagagens têm de ir no porão.

A empresa que gere os aeroportos em Portugal, a ANA, diz-se “totalmente empenhada” na preparação para o regresso do tráfego aéreo. “Isso implica o restabelecimento da confiança dos passageiros na existência de um ambiente sanitário seguro ao longo da viagem”, diz Chloé Lapeyre, a chief operating officer (COO) da ANA. “Para o tráfego turístico, por exemplo, isso significa uma abordagem sanitária global: no aeroporto, no avião, nos transportes públicos, nos carros de aluguer, nos hotéis e nos restaurantes.” A empresa assegura ter, desde o início da crise, medidas rigorosas e em “contínua adaptação”, que passam pelo “reforço da limpeza, distanciamento social e controlo de acesso, além da medição de temperatura”.

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