Desde dezembro de 2016 que o Portal de Transparência do SNS publicava diariamente dados relativos ao funcionamento da linha SNS24, indicando a quantidade de chamadas recebidas, atendidas e não atendidas. A última vez que os dados foram publicados foi há uma semana, no dia 9 de março, quando a linha atingiu um pico inédito de chamadas e mais de metade não foram atendidas. A partir desse dia, os dados não voltaram a ser atualizados.
O mapa epidemiológico publicado pela Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública (ANMSP) também inclui uma secção gráfica específica sobre a resposta da linha SNS24 e apresenta os mesmos dados desde o dia 9 de março. Nessa segunda-feira, a linha recebeu 27.679 chamadas e 15.072 (54%) foram abandonadas depois de terem passado pelo menos 15 segundos. Do total, cerca de 40% dos telefonemas, ou seja, 10.940, foram atendidos.
Já na semana anterior, a 2 de março, como tinha avançado o jornal “Público”, um quarto das chamadas não tinham sido atendidas, numa altura em que a linha recebeu cerca de 14 mil telefonemas, metade do que se verificou a 9 de março. Apesar de nunca mais terem sido publicados dados sobre o funcionamento da linha, a ministra da Saúde, Marta Temido, disse no Parlamento que, na passada quinta-feira, dia 19, o call center recebeu 40 mil chamadas.
Face às dificuldades enfrentadas por este serviço, que tem tido níveis inéditos de procura devido ao surto do novo coronavírus, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, já veio garantir estarem a ser feitos “grandes esforços” de melhoria. Mais de 800 enfermeiros responderam ao apelo para reforçar o atendimento e, segundo Graça Freitas, a linha já tem capacidade para atender 1200 chamadas em simultâneo.
Durante a pandemia, segundo anunciou o Governo, as chamadas para esta linha serão gratuitas.
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