Sociedade

Líder do assalto de Tancos libertado

O ex-fuzileiro João Paulino era dono de um bar em Ansião, na zona centro do país
O ex-fuzileiro João Paulino era dono de um bar em Ansião, na zona centro do país
d.r.

João Paulino estava preso preventivamente desde setembro de 2018. É considerado pela PJ como o mentor e líder do assalto aos paióis de Tancos. Foi libertado por excesso de prisão preventiva

Líder do assalto de Tancos libertado

Hugo Franco

Jornalista

Líder do assalto de Tancos libertado

Rui Gustavo

Jornalista

Esta terça-feira termina o prazo de prisão preventiva do alegado líder do assalto aos paióis de Tancos. O ex-fuzileiro João Paulino foi libertado por excesso de prisão preventiva, confirmou ao Expresso o advogado Melo Alves.

João Paulino estava a cumprir a medida de coação mais pesada desde 28 de setembro de 2018, altura em que foi detido pela Polícia Judiciária no âmbito da Operação Húbris.

A libertação deste suspeito deve-se ao facto de ter terminado o prazo para a preventiva, numa altura em que o caso se encontra na fase de instrução. Teria sido necessária uma decisão instrutória até esta terça-feira para que Paulino continuasse detido. Algo que não seria possível.

A fase de instrução, altura em que são ouvidas as defesas dos arguidos pelo juiz Carlos Alexandre, vai prolongar-se até ao final de fevereiro. Só então é que o magistrado irá decidir se o caso do roubo das armas de guerra segue ou não para julgamento.

Na audição a João Paulino, no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, no último dia 22, o suspeito manteve-se em silêncio porque não lhe foi dado acesso ao conteúdo das duas operações encobertas desencadeadas pela PJ para tentar recuperar o material roubado. Segundo uma testemunha do processo - Paulo "Fechaduras" Lemos - a polícia terá usado um inspetor que se fez passar por operacional do IRA interessado em comprar o armamento.

A defesa alega que estas operações podem ser ilegais e contesta que "Fechaduras" não seja um dos acusados. Este informador da PJ foi essencial para o sucesso do assalto porque ensinou a maneira de abrir as portas do paiol e disse onde é que os assaltantes poderiam comprar o saca-cilindros necessário para a operação. Antes do assalto, "Fechaduras" arrependeu-se e contou (quase) tudo o que se estava a preparar a uma procuradora do porto. Disse que se estava a preparar um assalto, mas não disse onde.

O caso tem 23 acusados. Entre eles encontra-se o ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes, o ex-diretor da Polícia Judiciária Militar (PJM), o coronel Luís Vieira, bem como vários operacionais e responsáveis da PJM e da GNR.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: HFranco@expresso.impresa.pt

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