Sociedade

Caso da Amadora: motorista agredido fica no hospital “mais alguns dias”

Paragem de autocarro onde a mulher e o polícia se envolveram em confronto
Paragem de autocarro onde a mulher e o polícia se envolveram em confronto

Embora o estado seja “estável”, o funcionário da Vimeca, que deu entrada no hospital na noite de sexta-feira, “vai permanecer internado mais alguns dias”, disse ao Expresso fonte da PSP

Caso da Amadora: motorista agredido fica no hospital “mais alguns dias”

Paulo Paixão

Jornalista

O motorista da empresa Vimeca, envolvido no caso da Amadora em que uma passageira acusa um polícia de a ter agredido, “vai permanecer internado mais alguns dias” no hospital de Amadora-Sintra, onde entrou na noite desta sexta-feira. A informação foi dada ao Expresso no final da tarde deste sábado por fonte policial, que ressalvou, no entanto, que o estado do condutor “é estável”.

Como o Expresso já noticiou, o funcionário da empresa de transportes sofreu “ferimentos com gravidade”, na sequência de agressões que sofreu em Massamá (concelho de Sintra), na noite de sexta-feira, quando fazia uma pausa no trabalho antes de iniciar um novo percurso. A violência sobre o motorista foi exercida através de força física, informara já a PSP.

Numa fotografia mostrada numa reportagem da SIC emitida já neste sábado, vê-se um homem de cabeça baixa, com sangue a escorrer da testa para a face. Vê-se também uma grande poça de sangue no chão.

Um transeunte ouvido pela SIC, que diz ter assistido ao momento em que o motorista era encaminhado para o hospital, fala de uma vítima com “muitos hematomas no rosto e feridas graves na cabeça”.

Até ao momento a PSP, que já efetuou “diligências no terreno”, não deteve ainda qualquer agressor, disse ao Expresso fonte policial.

Mulher agredida nega ligação a qualquer represália

A agressão ao condutor foi interpretada como uma retaliação por ele ter chamado no domingo a PSP. O motorista ter-se-á considerado ameaçado e injuriado pela passageira (Cláudia Simões), que se recusaria a pagar o título de transporte da filha.

A passageira viria a ser detida. Contou depois que foi esmurrada, e agredida verbalmente, quando se encontrava num carro da PSP. À semelhança da imagem do motorista ensaguentado, também a cara de Cláudia Simões mostra sinais de alguém que sofreu forte violência.

Entretanto, ao final da tarde deste sábado, em comunicado à imprensa, a passageira deste caso veio demarcar-se de quaisquer responsabilidades (suas ou do seu círculo familiar) na agressão ao motorista.

Dirigindo-se a jornalistas e particulares que a têm contactado, Cláudia Simões afirma: “Fico chocada que atribuam esta situação a um episódio de represália, sem qualquer averiguação. Quero deixar claro que nem eu nem a minha família temos nada a ver com o que se passou ontem com o senhor motorista, tal como a PSP bem sabe uma vez que certamente já tem conhecimento de quem são os agressores”.

Cláudia Simões diz-se “desgastada” e “perseguida” com tudo o que se tem passado e declara nada a mover contra o funcionário da Vimeca: “Gostava que todos soubessem que não tenho, nem tive qualquer problema com [o motorista], apesar de ele ter sido desagradável comigo”.

Para a mulher que acusa a PSP de ofensas corporais, o seu “problema é com o agente” que a agrediu e com os outros elementos da PSP que “assistiram e nada fizeram”.

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