Sociedade

Homem negro algemado por estar a comer uma sandes enquanto esperava na plataforma de uma estação

Homem negro algemado por estar a comer uma sandes enquanto esperava na plataforma de uma estação
Justin Sullivan/Getty Images

O caso, que aconteceu em São Francisco, na Califórnia, leva agora o passageiro a processar a polícia e a empresa de transportes

Luís M. Faria

Jornalista

Um homem que foi algemado por estar a comer uma sandes numa estação do Bart, o sistema de trânsito rápido da baía de São Francisco, anunciou que vai interpor um processo. Steve Foster, de 31 anos, esperava pelo transporte que o levaria para o trabalho quando um polícia que ia a passar o avisou de que não podia comer ali. Ele diz que pensou que lhe estavam a dizer que não podia comer dentro das carruagens e apressou-se a terminar a sandes.

Quando o polícia voltou a passar e viu que Foster continuava a comer, abordou-o e uma discussão começou. O polícia pegou na mochila de Foster, este disse que ele não tinha direito de o fazer, o polícia respondeu que Foster não tinha o direito de estar ali a comer. Chegaram mais três polícias, e Foster foi algemado, sendo levado para identificação.

À conta do tempo que perdeu, teve de faltar ao trabalho. A sua namorada, que se encontrava presente, filmou a cena e pô-la na internet, gerando um movimento de protesto que apelou às pessoas para irem às estações comer, pois não seria possível prenderem-nas a todas.

Perante as reações, o gerente-chefe do Bart pediu desculpa a Foster, aos outros utilizadores do sistema, aos seus empregados e mesmo às pessoas que tinham ficado incomodadas por verem o vídeo. Disse que Foster usara linguagem imprópria, incluindo insultos homofóbicos, mas que ele próprio ficara "desiludido" com o modo como a situação evoluiu. "O polícia estava a fazer o seu trabalho, mas o contexto é chave", explicou.

Foster foi inicialmente citado para pagar uma multa de 250 dólares (ou 48 horas de trabalho comunitário), mas acabou por decidir processar o Bart e os polícias, alegando 'racial profiling' - o facto de ele ser negro teria tido um papel no caso - e aplicação seletiva da lei.

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