Sociedade

Médicos não querem ir para o Garcia de Orta (e as razões são estas)

Vagas abertas para pediatria ficaram vazias. Especialistas não aceitam sobrecarga no atendimento urgente pelo salário pago no SNS

A falta de pediatras está a obrigar o Hospital Garcia de Orta (HGO), em Almada, a fechar a Urgência durante a noite — aconteceu no início da semana e até ao final do mês há mais quatro dias sem escalas completas — e o problema deverá manter-se. Administradores do hospital e tutela apressaram-se a anunciar a abertura imediata de vagas mas não há quem queira ir, e todos sabem. Os lugares à disposição têm ficado vazios, ali e noutros hospitais com Urgências sobrecarregadas.

“O Serviço de Pediatria tem 28 pediatras e o número ideal seria 38, basta lembrar que 13 deixaram este serviço nos últimos anos”, explica a administração do HGO. Sabendo isso, no último concurso para contratar especialistas para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), em maio, o Ministério atribuiu ao hospital quatro vagas em pediatria, o maior número em todo o país. Nenhum médico quis ocupar um lugar.

“Ninguém quer ir trabalhar para o Garcia de Orta porque os médicos não querem ir fazer Urgência todos os dias. O Serviço de Pediatria tem de servir para outros cuidados”, explica João Proença, presidente da Federação Nacional dos Médicos. E avisa: “Há pessoas bastante hesitantes em permanecer no hospital. A probabilidade de ficarem sem pediatras é real.”

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