Sociedade

Estaleiro da ala pediátrica do São João já arrancou. Pais estão contentes, mesmo que pareça ação de propaganda

Estaleiro da ala pediátrica do São João já arrancou. Pais estão contentes, mesmo que pareça ação de propaganda
Rui Duarte Silva

A cinco dias das legislativas, a aguardada obra do centro pediátrico arrancou esta terça-feira com a montagem do estaleiro. Construção do edificado arranca dentro de um mês e início da atividade clínica está prevista para o primeiro semestre de 2021. Porta voz dos pais desconfia que o timing seja para desviar as atenções de Tancos

Estaleiro da ala pediátrica do São João já arrancou. Pais estão contentes, mesmo que pareça ação de propaganda

Isabel Paulo

Jornalista

A montagem do estaleiro para a construção da ala pediátrica do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) avançou esta terça-feira, antecipando o início efetivo da empreitada, anunciado pelo Ministério da Saúde até ao final do ano em curso. Em comunicado, a administração do São João, adianta que a ala pediátrica, que ficará integrada no edifício principal do hospital construído no final dos anos 50, terá cinco pisos e cerca de 12 mil m2 de área bruta de construção.

O novo espaço, com um investimento associado na ordem dos €25 milhões, irá acolher várias especialidades, incluindo a pediatria, neonatologia, medicina intensiva pediátrica, oncologia pediátrica, cardiologia pediátrica, cirurgia pediátrica e a primeira unidade de queimados pediátricos do Norte, “com características e equipamentos inovadores”.

A administração hospitalar estima que a obra deverá estar concluída em 18 meses, devendo iniciar a atividade clínica no primeiro semestre de 2021. A construção da ala pediátrica do CHUSJ está a cargo da empresa Casais – Engenharia e Construção, S. A., tendo o projeto sido elaborado pela empresa Aripa Arquitectos.

No comunicado, o CHUSJ congratula-se com o arranque da construção da ala pediátrica, cumprindo com os prazos previstos e divulgados publicamente: “Trata-se de um momento crucial no percurso do Centro Hospitalar Universitário de São João, que dará uma resposta de qualidade às crianças e jovens da região norte”.

Para o líder da APOHST - Associação Pediátrica Oncológica do São João, Jorge Pires, a luta dos pais, iniciada há ano e meio, para que as crianças internadas fossem retiradas de contentores sem condições “valeu a pena”, apesar de repisar que “peca por tardio” o arranque da construção, anunciado em finais de agosto pela ministra Marta Temido.

“Os pais das crianças estão contentes, embora não se perceba a razão pela qual a construção só se inicie agora, quando já foi anunciado há meses que havia dinheiro para a construção, autorização do Governo para adjudicar a empreitada por ajuste direto e escolha da empresa vencedora por parte da administração do São João”, lembra Jorge Pires.

Embora frise que o mais relevante para os pacientes e familiares é que agora se cumpra o prazo de ano e meio para finalizar o prometido e “tão aguardado” centro pediátrico, o porta-voz dos pais comenta que não deixa de “simbólico” que o início da instalação dos estaleiros surja a cinco dias das eleições legislativas. “Se não é, parece um ato de propaganda, numa altura em que o Governo está debaixo de fogo por causa do embaraço de Tancos”, conclui Jorge Pires.

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