Sociedade

Hoje é dia e ‘hora de saída’ para novo protesto global pela justiça climática

20 setembro 2019 15:32

Carla Tomás

Carla Tomás

Jornalista

luís forra(lusa

Semana de ação climática em Portugal começa esta sexta-feira com um ciclo de cinema e uma vigília, e termina a 27 de setembro com a adesão à Greve Climática Global

20 setembro 2019 15:32

Carla Tomás

Carla Tomás

Jornalista

Esta noite há cinema pelo clima e uma marcha noturna seguida de vigília na Assembleia da República. Um coletivo de mais de 40 movimentos e associações nacionais organizou uma série de ações e eventos para os próximos oito dias, tendo como ponto alto a Greve Climática Global, marcada para 27 de setembro.

Por cá, as ações e manifestações estendem-se a mais de 25 cidades portuguesas e pretendem assinalar “a urgência da ação climática, do cancelamento de quaisquer novos projetos que aumentem emissões e da garantia da neutralidade de carbono até 2030, num processo social para uma transição justa”, sublinham.

Filmes gratuitos de Norte a Sul

“A Hora da Saída” é o primeiro filme entre 30 exibições gratuitas que vão decorrer em salas de cinema e em espaços recreativos de 10 cidades, no âmbito do ciclo Cine Clima, organizado pelo coletivo “2 degrees artivism”.

O filme francês tem antestreia no Cinema City Alvalade esta noite. Conta-nos a história de um pequeno grupo de jovens inteligentes e precoces sem esperança no futuro, que se preparam para o fim do mundo numa espécie de parábola cheia de 'suspense'.

A exibição deste e de outros filmes e documentários — como “Cowspiracy”, “Disobedience”, ou “Bestas do Sul Selvagem” — pretende “sensibilizar quem os vê para as questões das alterações climáticas e outros temas ambientais”, diz Diogo Silva, um dos organizadores do CineClima e membro do coletivo “2 degrees artivism”. As exibições terão lugar em Almada, Aveiro, Braga, Chaves, Coimbra, Faro, Lisboa, Porto, Sintra e Torres Vedras. e serão seguidas de debates.

Travar o colapso da civilização

“Para travarmos o colapso da civilização precisamos de cortar as emissões de gases com efeito de estufa de forma radical, sob risco de pormos em causa a habitabilidade de uma boa parte do planeta e dos sistemas naturais dos quais dependemos”, afirmam em comunicado os organizadores da semana pela justiça climática.

O programa inclui mais de 70 ações descentralizadas por todo o país. Entre os parceiros do movimento contam-se organizações como a Amnistia Internacional, ATERRA, Aveiro Climate Save, Braga Animal Save, Cineclube da Guarda, Ciimar, Climate Save Portugal, Climáximo, Coworklisboa, Diferencial - jornal dos estudantes do IST, Extinction Rebellion, FNAC, Greve Climática Estudantil, Impact Hub Lisboa, Movimento Anti-Lítio Braga, Quinta dos 7 Nomes, SOS Salvem o Surf, Universidade Lusófona, ou a ZERO - Associação Sistema Terrestre Sustentável. Dezasseis autarquias também se aliaram à iniciativa e terão eventos a decorrer durante a semana, entre as quais Braga, Tomar, Lousada ou Silves.

Um conjunto de 34 movimentos — como a Climáximo, a Extinction Rebellion Portugal, o GAIA- Grupo de Acção e Intervenção Ambiental, o GEOTA - Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente, a Greve Climática Estudantil, o SOS Racismo o SOS Sado ou o STOP - Sindicato de Todos os Professores — assinam um manifesto em que exigem como “medidas cruciais de ação climática urgente: o encerramento das centrais a carvão até ao fim da próxima legislatura e das centrais a gás até 2030, o fim dos contratos petrolíferos em vigor, o cancelamento de grandes projetos que acarretem aumento de emissões, como expansões portuárias e aeroportuárias, a criação de uma indústria pública que lidere o processo de produção de energia renovável, a expansão dos transportes públicos e a sua gratuitidade”.

Apelam à máxima participação de todos sobretudo na greve climática global de 27 de setembro em nome da “justiça climática”. E lembram que para enfrentar a emergência climática é necessária “uma gigantesca transformação na próxima década, na economia e na sociedade”.