Sociedade

“Pato Bravo” vai remover a praga de jacintos-de-água no rio Sorraia

Ação de limpeza da planta que infestou o rio começa na próxima semana. Plano de remoção, coordenado pela Agência Portuguesa do Ambiente, inclui o uso de vários meios mecânicos, entre os quais uma ceifeira aquática, e não tem prazo para acabar.

“Pato Bravo” vai remover a praga de jacintos-de-água no rio Sorraia

Carla Tomás

Jornalista

“Pato Bravo” é o nome da ceifeira aquática, cedida pela Câmara de Águeda, que vai ajudar os municípios de Coruche e de Benavente a remover a praga de jacintos-de-água que infestou este Verão o rio Sorraia. De acordo com o Plano de Remoção coordenado pela Agência Portuguesa do Ambiente, os meios mecânicos vão atuar já a partir da próxima semana em nove troços ao longo de 80 quilómetros de linhas de água afetados.

O plano, articulado com os municípios locais e com as Associações de Regantes e Beneficiários do Vale do Sorraia (ARBVS) e de Beneficiários da Lezíria de Vila Franca de Xira (ABVFX), prevê remover a planta infestante para as margens do rio “para secagem” e deixa “em aberto o destino final” a dar-lheposteriormente. “Dependerá do interesse manifestado pelos agricultores ou outros”, lê-se no documento. A planta exótica originária da América do Sul pode ser utilizada na alimentação animal e até humana.

A praga de jacintos-de-água não é um fenómeno novo, mas este ano encontrou “condições ótimas de luminosidade e temperatura, teores elevados de fósforo e azoto na água, e baixos caudais”, para conseguir multiplicar cada planta por 50 ou 70, em menos de um mês. A contribuir para alimentar as infestantes estão os terrenos agrícolas nas margens do rio, ricos em fósforo, fosfatos e azoto provenientes dos fitofármacos utilizados. Entretanto, o extenso tapete verde fez diminuir os níveis de oxigénio e a qualidade da água do rio, afetando a fauna e a flora.

O plano indica que “até meados de 2020” será feito “um diagnóstico da situação, no sentido de identificar medidas que limitem de forma significativa o desenvolvimento do Jacinto-de-Água, entre as quais a limpeza do leito e margens e a reabilitação das galerias ribeirinhas, bem como controlo dos nutrientes afluentes à linha de água”. Também está projetada uma “análise das potencialidades de utilização do material vegetal depois de seco na agricultura, pecuária ou compostagem”.

Não é indicado quanto tempo durará a intervenção mecânica agora prevista que, para além da ceifeira, conta com duas retroescavadoras, duas giratórias e duas embarcações. Perante um problema crescente, a APA está a “equacionar a eventual aquisição de uma ceifeira aquática para limpeza das várias linhas de água afetadas” no país.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ctomas@expresso.impresa.pt

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