Algo de novo ocorreu no exame nacional de Português (12º ano) de 2.ª fase: pela primeira vez, foi pedido aos alunos que interpretassem um excerto de “Os Lusíadas”, de Luís Vaz de Camões, que não fazia parte do programa e que não havia sido lecionado em sala de aula. Uma professora apercebeu-se desta situação e alertou o Instituto de Avaliação Educativa (IAVE).
De acordo com o “Público” esta quarta-feira, o IAVE justificou a decisão com a necessidade de avaliar a capacidade dos alunos de demonstrar “capacidades de interpretação” em vez de mera reprodução de conhecimentos. A mesma entidade, contudo, não explicou o porquê de só neste exame, de 2ª fase, é que se tomou essa decisão.
Em declarações ao matutino, a professora que detetou a situação manifestou “perplexidade e indignação” pelo facto de, na sua opinião, ser “absolutamente inacreditável que os alunos tenham de ler e compreender quatro estâncias de Os Lusíadas que não correspondem a nenhuma das indicadas nos programas de Português.”
Segundo a docente, “as estâncias analisadas em aula já são suficientemente difíceis”, por isso “não era preciso aumentar o grau de dificuldade”, sobretudo tendo em conta que “esta obra é particularmente complexa e que os alunos têm grande dificuldade” no seu estudo.
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