Associação garante que stock de sardinha está em “franca recuperação”

A Associação Nacional das Organizações de Produtores da Pesca do Cerco (Anopcerco) criticou esta segunda-feira as declarações do diretor-geral das Pescas da UE que disse que é preciso “apertar a cintura” da captura da sardinha. E defendeu que o stock deste peixe está em “franca recuperação”.

Num comunicado enviado à imprensa, a Anopcerco considera que a afirmação de João Aguiar Machado à agência Lusa se tratou de uma “brincadeira de mau gosto”, sustentando que é impossível reduzir mais a atividade.

Segundo a associação não se pode pedir mais ao sector “que nos últimos cinco anos já apertou o cinto até ao mínimo possível, com reduções brutais da sua atividade, quer no respeita ao período autorizado de pesca, quer na dimensão das capturas anuais autorizadas”, acrescentando que essas reduções “já estão a colocar em causa a sobrevivência do sector da pesca da sardinha em Portugal”.

Mais, ainda de acordo com a Anopcerco, o responsável mostrou-se satisfeito face aos dados científicos revelados no ano passado pelas campanhas de avaliação realizadas pelos organismos ibéricos de investigação.

E manifesta-se, por isso, surpreendida face ao facto de João Aguiar Machado ter afirmado que o que a Península Ibérica apresentou foi um plano que conduzirá em 2023 a uma recuperação da biomassa a 50% do desejável. Com isto, frisa a associação, “o diretor-geral das pesca da União Europeia alterou, para nossa grande estranheza, o principal objetivo do Plano de Gestão apresentado pelos dois governos que é o de assegurar, até 2023, pelo menos 80% do nível sustentável da biomassa de sardinha com mais de um ano.”

Por último, a Anopcerco garante que que o stock de sardinha está a recuperar e que o “Plano de Gestão constitui uma base de trabalho segura e sustentável, que será necessário prosseguir de uma forma rigorosa com as medidas de gestão nele estabelecidas, e que a melhoria dos resultados globais da dimensão do stock ibérico de sardinha”.

A campanha de pesca deste ano arrancou no passado dia 3 de junho e a associação garante que tem verificado uma “fortíssima abundância” de sardinha em toda a costa portuguesa.